domingo, 30 de janeiro de 2022

Religiões e políticas criminosas

À meditação dos crentes de todas as religiões, incluindo os crentes de todas as utopias políticas. Como dizia Bertrand Russell, morrer por uma crença é um disparate, porque essa crença pode muito bem não ter fundamento. Se morrer por uma crença é idiota, matar por ela é um crime sem redenção, além de ser também uma refinada idiotice. 

As religiões e as utopias políticas, isto é, o domínio do inverificável, têm cometido, ao longo da história, este crime, em gigantesca escala. E nunca faltam eruditos, muito amantes da humanidade, a justificá-lo. A pior forma do assassinato é o assassinato, de boa consciência. O assassinato promovido por religiões e utopias políticas é um assassinato desta natureza. Quanto menos argumentos existem a favor de uma crença ou utopia, mais violentamente se tenta impô-la. 

À direita e à esquerda, o século XX documentou-o, de maneira singularmente sinistra. A intensidade e sinceridade com que se acredita não é indício de nada a não ser dessa intensidade e dessa sinceridade, nunca da validade daquilo em que se acredita.
Eugénio Lisboa

A conspiração da ignorância




A realidade não nos tem dado sossego. O mundo avança por caminhos imprevistos. Há muito tempo que a energia motriz das nossas sociedades não é o petróleo, o carvão ou, mesmo, a eletricidade. O combustível com que atestamos a cabeça e o ânimo é a informação. É ela que nos põe em movimento. Com inúmeras formas, a informação chega de todos os lados, catalisada pela internet, multiplicada por mil. Talvez essa avalanche de perspetivas e interpretações, ajude a explicar esta situação. Talvez as extremas guinadas da atualidade noticiosa contribuam para a ideia de que tudo é possível.

Uma pandemia mundial, quem poderia imaginar? Para lá da quantidade considerável de epidemiologistas, tanto profissionais, como amadores, duvido que alguém conseguisse prever o que temos atravessado desde o início de 2020. Perante tal surpresa, não admira que haja quem duvide. Os já famosos negacionistas são gente com uma grande confiança nos seus sentidos, na sua experiência pessoal e nas suas fontes informativas.

Com ou sem pontuação, com ou sem maiúsculas, exprimem-se nas redes sociais e, às vezes, na rádio ou na televisão, naqueles programas que recebem telefonemas do público. Manifestam-se de peito feito, desafiantes, destemidos perante nenhuma ameaça percetível. Quando dizem eles referem-se ao mundo inteiro. Quando expõem ideias sobre a pandemia, o principal argumento que apresentam é de que não viram e não conhecem ninguém que tenha visto.

Suponho que não tenham amigos entre a comunidade de trabalhadores das análises clínicas. Para além desse detalhe, aquilo que me parece mais interessante é esta forma extravagante de analisar e avaliar o mundo: apenas existe aquilo que já se viu e experimentou. Consideremos por um instante a imensa quantidade de assuntos que nunca vimos à nossa frente, mas que acreditamos existir, contamos com eles na nossa conceção da existência.

No entanto, não é possível dizer apenas que não. Sempre que se nega alguma coisa, está implicitamente a afirmar-se o contrário ou uma variação daquilo que se nega. Quando avaliados a partir de outro ângulo, os negacionistas são muito mais afirmacionistas do que se poderia julgar numa primeira e apressada leitura.

Por espantosa ironia, os mesmos indivíduos que nos encorajam a desdenhar daquilo que não testemunhámos, pedem-nos para acreditar em conspirações secretas internacionais, em extraterrestres que ocuparam o planeta e se fazem passar por seres humanos, em seitas satânicas que controlam as elites mundiais, que praticam a pedofilia e se alimentam de sangue para rejuvenescer. Nenhum deles testemunhou realmente estes terríveis factos, apenas os encontraram descritos na internet por alguém que viu, foram-lhes enviados numa corrente anónima de mensagens nas redes sociais.

Ou seja, chegámos ao ponto em que, abertamente e sem pudor, se escolhe aquilo em que se acredita. Basta que exista um fluxo contínuo de “informação” a abastecer e a desenvolver essas ideias e, também, que exista uma comunidade disposta a acolher quem chega, a tratá-lo como um dos seus. Dá um certo conforto acreditar em conjunto, independentemente da crença em causa.

Antes, estas pessoas já existiam. Eram o maluco da aldeia, o excêntrico rancoroso. Agora, a tecnologia deu-lhes a oportunidade de comunicarem, de alimentarem em conjunto a sua mania, criaram associações e federações. E há muitas aldeias no mundo, mesmo muitas, cada uma com o seu maluco.

José Luís Peixoto

O trabalho ingrato da imprensa

Uma reportagem do Estadão mostra como o trabalho da imprensa é ingrato no Brasil. O jornal fez um levantamento da ficha criminal de integrantes da cúpula do PL, de propriedade do ínclito Valdemar Costa Neto (foto), legenda na qual Jair Bolsonaro encontrou guarida para tentar uma reeleição cada vez mais distante, aparentemente.

O Estadão publica que, “ao escolher o PL para concorrer à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro se alia, nos estados, a dirigentes partidários que são réus em ações penais. Os processos variam de desvio de verbas em obras de rodovias a sequestro e cárcere privado. Entre os presidentes regionais de siglas que vão organizar o palanque de Bolsonaro Brasil afora há, ainda, um condenado por tortura e um deputado envolvido no mensalão, esquema operado pelo primeiro governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva“. E o jornal continua: “o histórico judicial dos presidentes estaduais do PL mostra que ao menos 18 dos 27 dirigentes foram ou ainda são alvo de algum tipo de investigação. Destes, quatro respondem a processos que se arrastam na Justiça e dois tentam reverter condenações”.


Para que servirá o levantamento do Estadão.? Para nada. As alianças e negociatas seguirão o seu curso, com o presidente da República dizendo-se a pessoa mais honesta do mundo, embora cercado por uma verdadeira camarilha. E não é que o quadro seja muito diferente em outros partidos, vamos ser justos. O trabalho da imprensa é ingrato como o de Sísifo: empurramos a pedra até o cume da montanha, mas ela sempre rola de volta para onde estava, para que os jornalistas recomecem tudo de novo no dia seguinte, numa tarefa sem fim.

Em outro exemplo de como as coisas não funcionam neste infausto país, a Crusoé noticiou que, sem investigar nada, o Ministério Público Federal arquivou a investigação sobre os empréstimos liberados pela Caixa a pedido de Michelle Bolsonaro (leia a reportagem aqui, aberta para não assinantes). Foi a revista a revelar o tráfico de influência, que privilegiou amigos da primeira-dama durante o auge da pandemia, quando micro e pequenos empresários lutavam para sobreviver (ainda lutam) e precisavam de financiamento (ainda precisam). Adiantou algo? Não.

Os casos de impunidade e sem-vergonhice abundam.

A repórteres desanimados, digo que o nosso trabalho é apenas apurar e publicar. O que a sociedade fará com os crimes revelados pela imprensa é problema dela. Temos, portanto, que continuar a exercer a nossa função, sem esmorecer. Mas confesso que está cada vez difícil bancar, no meu papel de editor, o chefe imperturbável. Afinal de contas, pertencemos também a essa sociedade.

No julgamento do mensalão e durante a Lava Jato, o Brasil parecia ter tomado o rumo certo. O desmantelamento de quase tudo pelos tribunais superiores, com a ajuda de boa da imprensa (o que torna o contexto ainda mais frustrante), recolocou-nos no papel de Sísifo. Os que acusavam procuradores e juízes de “criminalizar a política” livraram criminosos para atuar na política. E, hoje, temos como favorito na próxima eleição presidencial o Luiz Inácio Lula da Silva citado lateralmente na reportagem do Estadão.

Vamos adiante, com a rapaziada apurando e publicando. A tarefa é ingrata, mas alguém precisa denunciar quem faz o serviço sujo, mesmo que isso dê em nada.

Pensamento do Dia

 


As eleições armadas após descaso com as medidas de Bolsonaro

O incompreensível descaso com as medidas de Bolsonaro para armar parte da população, sendo tantas as implicações nocivas daí advindas, é tão ameaçador para o futuro próximo quanto a própria ação armadora de Bolsonaro.

Recente descoberta no Rio indica que armas de combate, modernas e caríssimas, estão entrando em alta quantidade e tomando destinos imprecisos. Chegam em importações dadas como legais, amparadas nos atos a respeito, repletos de lacunas, emitidos por Bolsonaro.

Com permissões para colecionadores, atiradores e outros, um casal jovem importava lotes volumosos de armas, dezenas de fuzis modernos e ainda metralhadoras, pistolas, revólveres e projéteis aos muitos milhares. Dispensadas, agora, as autorizações e a vigilância do Exército. O casal associava operações em Goiás e no Rio, onde foi localizada uma casa cheia de armas em bairro residencial.

As alternativas permitidas pelas liberações de Bolsonaro são tantas —registros pessoais e comerciais sem limite, importações sucessivas, inexistência de fiscalização, entre outras— que um só operador pode armar para combate todo um contingente. É o que está acontecendo. Com quantidades ignoradas de importadores, de armas, munições e de financiadores. Certo é não haver motivo, muito ao contrário, para supor exclusividade do casal no fornecimento de armas bélicas.


A quem, é a questão mais importante. Aos bandos conhecidos e à milícia, veio pronta a afirmação na única e precária notícia policial (em O Globo de 26.jan) sobre o arsenal encontrado. Provável final de um lote importante, os 26 fuzis e até metralhadora de chão, além de outras armas e muita munição, indicam custo além do conveniente para aquela freguesia, cliente dos preços no contrabando, solidários e sem impostos.

"Se não tiver voto impresso, não vai ter eleição" pode ser uma frase simbólica dos tantos avisos públicos de um propósito anti-eleitoral. Reforçado no que as atuais sondagens do eleitorado sugerem. E já sonorizado na volta à mentira de fraude nas eleições de 2018. Tal propósito não se consumaria no grito, nem deve contar com a sabotagem eleitoral de outro Sergio Moro e de procuradores bolsonaristas à disposição de Augusto Aras. Armas potentes, porém, se ajustam bem ao propósito.

As medidas de Bolsonaro para o armamento de civis obedeceram a um plano. Mostrou-o a escalada em que se deram. Primeiro, a posse doméstica, depois facilidades para o porte. Então os primeiros incentivos à compra e às munições, com possível importação, e aí a posse ampliada. Até chegar à compra de 60 armas por cabeça e mil projéteis por arma/ano. Sem restrição a várias importações. Para atenuar o comprometimento do silencioso Exército nesse plano sinistro, suas obrigações ligadas à posse de armas foram extintas quase todas.

Essas medidas não vieram do nada para o à toa. São uma denúncia de si mesmas e de suas finalidades criminosas. Fuzis e metralhadoras não se prestam ao alegado "direito do cidadão de se defender", argumento da má-fé de quem, assaltado, entregou sua arma, a moto e a falsa valentia ao jovem assaltante.

As importações de fuzis e metralhadoras não são suspeitas: são, com toda a certeza, armas para o crime. Contra pessoas, grupos, instituições constitucionais e o regime de liberdades democráticas.

Estamos já no ano eleitoral. É preciso identificar e comprovar o destino das armas de uso bélico importadas, em quantidade, por decorrência de medidas programadas e impostas por Bolsonaro, sem resistência institucional, dos meios de comunicação ou dos setores civis influentes. Do contrário, quem puder, e tiver tempo, saia da frente dessas armas.

Tic, tac, tic, tac, bate o relógio da Justiça contra Bolsonaro

De vez em quando, os relógios do governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal marcam a mesma hora. Na maioria das vezes, porém, o tempo corre mais devagar no relógio do Supremo, e mais rápido no do Congresso se comparado com o do governo.

Acidentalmente eleito presidente, o ex-capitão Jair Bolsonaro não estava pronto para governar, sequer para entender os pormenores do exercício do poder. Sua formação militar o impedia. Seus quase 30 anos na Câmara como deputado foram desperdiçados.

Por falta de sorte ou castigo, viu-se ameaçado pelo escândalo da rachadinha antes de assumir o cargo. Seu filho Flávio, o Zero Um, não é o único que corre perigo, embora protegido pelo mandato de senador. Carlos, o Zero Dois, e o próprio Bolsonaro correm.

Vem daí a agonia de Bolsonaro que não chegará ao fim nem quando terminar o seu mandato, tomara que em janeiro próximo. Só então ele se dará conta da falta de sincronia entre os relógios dos três Poderes da República, e o mal que isso poderá lhe causar.

Com base em um relatório da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandou que Bolsonaro fosse ouvido sobre o vazamento de um inquérito sigiloso. Foi ele que vazou em uma de suas aparições semanais no Facebook.

Configura crime vazar informações mantidas em segredo de Justiça. Eram sobre um ataque de hackers ao sistema de votação eletrônica. Bolsonaro vazou-as para desacreditar a segurança no sistema e em campanha pela volta do voto impresso

Era para defender-se que deveria ter ido depor. Ao recusar-se, com medo de ser filmado pela imprensa, Bolsonaro desrespeita ordem judicial. O mais provável é que nada lhe aconteça por enquanto. Mas o tempo no relógio da Justiça passa lentamente.

Um presidente da República pode, no máximo, desfrutar de impunidade por oito anos consecutivos, a soma de dois mandatos. Ministro do Supremo pode ficar por lá até completar 75 anos de idade. Faltam 22 anos para que Alexandre se aposente.

Em setembro, ele assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral e comandará as eleições do mês seguinte. Não só: por ele passarão todas as ações que questionem mais tarde o comportamento dos candidatos e o resultado das eleições.

Como ministro do Supremo, Alexandre preside dois inquéritos que tiram o sono de Bolsonaro e dos seus filhos: um sobre a produção e distribuição de notícias falsas; o outro, sobre o financiamento de manifestações públicas hostis à democracia.

Hoje, Bolsonaro dispõe do gigantesco aparato jurídico da presidência para sair em seu socorro. Sem mandato, despesas com advogados serão pagas por ele. Por maior que seja sua fortuna construída sabe-se lá como, ela não será suficiente.

Tic, tac, tic, tac, tic, tac, bate o relógio da Justiça.

Memória, História

George Orwell não ficara inteiramente satisfeito ao colocar um ponto final no manuscrito de “1984”. “O tema central é bom”, escreveu a seu agente literário em 1948, “mas a execução teria sido melhor se eu não estivesse às voltas com a tuberculose”. Foi internado num sanatório pouco depois da publicação do clássico, e morreu tísico aos 46 anos, consciente da importância do que escrevera. Na obra distópica, o protagonista Winston Smith aponta para o perigo maior daquele mundo totalitário descrito por Orwell, ultrapassando em horror a tortura e a morte: o Grande Irmão poderia se apossar do passado, da memória, da História. E decretar que este ou aquele evento jamais ocorrera.

No mundo não fictício de hoje não faltam candidatos a Grande Irmão — indivíduos, regimes, negacionistas doentios — tentados a se apossar do nosso passado para adequá-lo às próprias insânias. Só que, para poder reescrever a história dos mortos, esses agentes do esquecimento precisam conseguir cancelar a memória dos vivos. Nossa função é impedi-los. Daí a importância ardente de se homenagear, a cada 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. É preciso relembrar, ano após ano, de geração em geração.


No brutal inverno europeu de janeiro de 1945, faltando poucos meses para a capitulação da Alemanha nazista frente às tropas Aliadas, o Exército Vermelho vindo da União Soviética avançara fundo Polônia adentro. Já haviam libertado Varsóvia e Cracóvia quando olheiros os informaram de que encontrariam algo escabroso a caminho de Oswiecim. Era Auschwitz. Ali encontraram 648 cadáveres, pilhas de cinzas que um dia tiveram formas humanas, e cerca de 7.500 esqueletos ainda com vida. Naquele 27 de janeiro, o Holocausto teve expostas suas primeiras entranhas.

Auschwitz, como se sabe, foi o maior conjunto de campos de concentração e de extermínio nazista. Englobava desde complexos grandes, como Birkenau, ou Auschwitz II, onde Josef Mengele exercitava seus experimentos médicos em crianças e adultos, até várias dúzias de instalações satélites, menores. Das cerca de 1,3 milhão de pessoas deportadas para Auschwitz, 1,1 milhão ali pereceram. Ao final do conflito, 6 milhões de judeus e perto de 5 milhões de outros grupos (portadores de deficiências, homossexuais, ciganos) haviam sido massacrados. Através da erradicação de judeus e outros “indesejáveis”, a “solução final” de Hitler visava a purificar a raça ariana. O mapa do genocídio nazista praticado em Buchenwald, Ebensee, Majdanek, Mauthausen, Wöbbelin, Ravensbrück, Treblinka, Dachau e outros está minuciosamente documentado. É imperioso que seja relembrado como parte da desumanidade de que somos capazes. Como disse a um jornal de Israel Szmul Icek, um dos 15% de sobreviventes judeus de Auschwitz, “nós não ganhamos. Mas pudemos ensinar nossos netos a entender o que aconteceu”.

Três meses depois de os soviéticos se assombrarem com os campos poloneses, foi a vez de as tropas americanas descobrirem que o pior da guerra não estava nos campos de combate. Para os recrutas da 45ª Divisão de Infantaria que entraram em Dachau em 26 de abril de 1945, o primeiro estranhamento foi o cheiro acre a empestear o ar daquela cidade bávara. Pensaram tratar-se de resíduos químicos. Engano. No interior de 40 vagões de trem imobilizados nos trilhos, apodreciam os cadáveres de três quartos dos três mil prisioneiros. Diante do avanço das tropas aliadas, haviam sido despachados pelo comando nazista de Buchenwald para Dachau, para ali serem cremados. Morreram antes, asfixiados e desidratados. À entrada do campo propriamente dito, havia pilhas de corpos nus e pele esticada ao extremo. Dentro do campo restavam perto de 30 mil almas ainda perambulantes.

Segundo narrativas históricas, quando quatro oficiais alemães emergiram das sombras de Dachau empunhando um lenço branco, o tenente William Walsh os obrigou a se debruçarem sobre uma pilha de corpos e os executou com a própria pistola . Dezessete outros alemães foram ali abatidos num descarrego coletivo de metralhadoras que durou 17 segundos. Nenhuma guerra é bela.

Coube ao general americano Dwight Eisenhower, comandante supremo das Forças Aliadas (e posteriormente 34º presidente dos Estados Unidos) a decisão de visitar um campo de concentração antes mesmo do final dos combates. Por via das dúvidas, fez-se acompanhar dos estrelados generais George Patton e Omar Bradley. “A evidência visual e o testemunho verbal de crueldade, inanição e bestialidade foram tão avassaladores que me senti mal...”, declarou depois. “Fiz a visita deliberadamente, para poder prestar testemunho de primeira mão caso algum dia, no futuro, surja uma corrente que queira classificar essas afirmações como mera ‘propaganda’.” A História e a memória agradecem.