quarta-feira, 4 de março de 2015

O homem que deu R$ 50 milhões para o PT


A Engevix se prepara para detonar o PT.

Gerson Almada, vice-presidente da empreiteira, pediu para marcar um interrogatório com Sergio Moro. Seus advogados já adiantaram o que ele pretende dizer:

"Faz mais de doze anos que um partido político passou a ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo, […] distribuíram-se cargos […] a quem usou a Petrobras para obter vantagens indevidas para si e para outros bem mais importantes na República Federativa do Brasil”.

Gerson Almada é mais do que um simples executivo.

Na planilha que Pedro Barusco entregou à Lava Jato, ele é indicado como o pagador de propinas da Engevix. O PT recebeu de suas mãos mais de 50 milhões de reais. Só no contrato para o fornecimento de “8 cascos do pré-sal”, por exemplo, Gerson Almada é acusado de ter dado ao PT, através de seu operador Milton Pacovitch, 18,7 milhões de reais.

Se Gerson Almada contar o que sabe, José Dirceu terá de voltar para a cadeia.

Mas as pessoas “bem mais importantes” mencionadas por seus advogados são outras: Lula e Dilma.

O Antagonista

A aula nas escolas


O Brasil não tem medo do PT



Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas
Em 2015, em meio a muita tensão política, a Constituição de 1988 terá sua prova de fogo. Não há qualquer paralelo com o episódio do impeachment de Fernando Collor. Este já tinha percorrido mais de dois anos de mandato quando foi apeado do poder. E o momento mais agônico da crise foi resolvido em quatro meses — entre julho e outubro de 1992.

Também deve ser recordado que o então presidente tinha um arremedo de partido político, sua conexão com a sociedade civil era frágil — e quase nula com os setores organizados, a relação com o Congresso Nacional era ruim, e com medidas heterodoxas descontentou amplos setores, do empresariado ao funcionalismo público. Sem contar que, em 1990, o país passou por uma severa recessão (-4,3%) e tudo indicava — como efetivamente ocorreu — que, em 1992, teria uma nova recessão.

O quadro atual é distinto — e causa muito mais preocupação. O governo tem um sólido partido de sustentação — que está em crise, é verdade, mas que consegue agir coletivamente e tem presença dominante em governos estaduais e dezenas de prefeituras.

A base congressual é volátil mas, aparentemente, ainda responde ao Palácio do Planalto. As divergências com o sócio principal do condomínio petista, o PMDB, são crescentes mas estão longe do rompimento.

Em 12 anos, o governo construiu — usando e abusando dos recursos públicos — uma estrutura de apoio social. E, diferentemente de Collor, Lula estabeleceu uma sólida relação com frações do grande capital — a “burguesia petista” — que é hoje dependente do governo.

O país está vivendo um impasse. O governo perdeu legitimidade logo ao nascer. Dilma não tem condições de governar, não tem respeitabilidade, não tem a confiança dos investidores, dos empresários e da elite política.

E, principalmente, não tem mais apoio dos brasileiros horrorizados com as denúncias de corrupção e a inépcia governamental em enfrentá-las, além do agravamento dos problemas econômicos, em especial da inflação.

Deve ser reconhecido que Fernando Collor aceitou o cerco político que sofreu sem utilizar da máquina de Estado para coagir os adversários. E foi apeado legalmente da Presidência sem nenhum gesto fora dos limites da Constituição.

Mas o mesmo não ocorrerá com Dilma. Na verdade, não com Dilma. Ela é um nada, é uma simples criatura, é um acidente da História. O embate vai ser travado com Lula, o seu criador, mentor e quem, neste momento, assumiu as rédeas da coordenação política do governo.

Foi Lula que venceu a eleição presidencial de 2014. E agora espera repetir a dose. Mas a conjuntura é distinta. As denúncias do petrolão e a piora na situação econômica não permitem mais meros jogos de cena. O momento do marketing eleitoral já passou.

E Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas. O discurso que fez no Rio de Janeiro no dia 24 de fevereiro é apenas o início. Ele — um ex-presidente da República — incitou à desordem, ameaçou opositores e conclamou o MST a agir como um exército, ou seja, partir para o enfrentamento armado contra os adversários do projeto criminoso de poder, tão bem definido pelo ministro Celso de Mello, do STF.

Lula está desesperado. Sabe que a aristocracia petista vive o seu pior momento. E não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não. Como um excelente leitor de conjuntura — e ele o é — sabe que os velhos truques utilizados na crise do mensalão já não dão resultado. E pouco resta para fazer — dentro da sua perspectiva.

Notou que, apesar de dezenas de partidos e entidades terem convocado o ato público do dia 24, o comparecimento foi pífio, inexpressivo. O clima no auditório da ABI estava mais para velório do que para um comício nos moldes tradicionais do petismo. Nos contatos mantidos em Brasília, sentiu que a recomposição do bloco político-empresarial que montou no início de 2006 — e que foi decisivo para a sua reeleição – é impossível.

A estratégia lulista para se manter a todo custo no poder é de buscar o confronto, de dividir o país, jogar classe contra classe, região contra região, partido contra partido, brasileiro contra brasileiro. Mesmo que isso custe cadáveres.

Para Lula, pouco importa que a crise política intensifique ainda mais a crise econômica e seus perversos efeitos sociais. A possibilidade de ele liderar um processo de radicalização política com conflitos de rua, greves, choques, ataques ao patrimônio público e privado, ameaças e agressões a opositores é muito grande. Especialmente porque não encontra no governo e no partido lideranças com capacidade de exercer este papel.

O Brasil caminha para uma grave crise institucional, sem qualquer paralelo na nossa história. Dilma é uma presidente zumbi, Por incrível que pareça, apesar dos 54 milhões de votos recebidos a pouco mais de quatro meses, é uma espectadora de tudo o que está ocorrendo.

Na área econômica tenta consertar estragos que produziu no seu primeiro mandato, sem que tenha resultados a apresentar no curto prazo. A corrupção escorre por todas as áreas do governo. Politicamente, é um fantoche. Serve a Lula fielmente, pois sequer tem condições de traí-lo. Nada faria sozinha.

Assistiremos à lenta agonia do petismo. O custo será alto. É agora que efetivamente testaremos se funciona o Estado Democrático de Direito. É agora que veremos se existe uma oposição parlamentar. É agora que devemos ocupar as ruas. É agora que teremos de enfrentar definitivamente o dilema: ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil.

Marco Antonio Villa

Terreno fértil da corrupção


Restos à venda


Quem se lembra das privatizações de FHC? Foi há tanto tempo assim que até esqueceram todos, inclusive a turma do PT.

O presidente de então anunciava que privatizar era um bom negócio. Mas para isso precisaram sucatear as estatais até o esqueleto. Na época, uma antiga empresa que era um dos símbolos do desenvolvimento brasileiro na área das telecomunicações foi sistematicamente corroída. Entregaram os restos a preço de banana e acabou-se com a Embratel.

O PT, com Lula no comando das invectivas, disparava contra o descaso governamental. O partido engordava com as críticas e muitos daqueles funcionários vestiram a camisa da defesa do patrimônio nacional, se tornaram petistas roxos, como agora fazem os da Petrobras.

Mas Lula, Dilma e o PT fizeram outros planos bem mais nefastos para o país. Foram além da privatização que condenavam. Sugaram os cofres petrolíferos e hidroelétricos até a exaustão a ponto de a Petrobras se ver obrigada a vender mais de R$ 39 bilhões em ativos para saldar dívidas, o que talvez nem dê conta do prejuízo. 

O orgulho nacional foi assaltado pelos petistas, com a institucionalização do roubo em favor dos partidos, com máscara de governo e ainda querem ser indultados de qualquer crime.

Nunca antes na história deste país se roubou tanto e tão escandalosamente como sob a gestão quadrilheira do PT. Para esconder a roubalheira sistemática promovida por eles mesmos, querem uma passeata em defesa dos ossos que deixaram depois de um propinoduto que abasteceu todos esses anos o partido e seus asseclas políticos. Nada mais cafajeste, típico de ditaduras e de gangues da picaretagem.

A propalada passeata em defesa da Petrobras é mais uma brincadeirinha dos petistas. O objetivo mesmo é se esconder agora sob máscaras de patriotas, legítimos defensores dos brasileiros e seu patrimônio, para escapar da Justiça, onde já arrumam seus pauzinhos. Mas o rombo que deixarão no país não tem preço. Será uma dívida para se pagar em anos de muito suor do contribuinte.

Hora de decidir

Dilma vai precisar abandonar a letargia e resolver se privatiza alguns dos negócios da Petrobras ou se anuncia que a sociedade pagará o preço de reformatar a estatal
Dentro de 46 meses, Dilma Rousseff vai para casa. Sem perspectiva de poder ao final desse calendário, é uma presidente que não dispõe de muito mais tempo para resolver como deseja atravessar os próximos 1.300 dias.

Nas circunstâncias políticas de hoje, suas alternativas são muito restritas: faz um governo com um olho na História e outro na biografia, ou se conforma em passar os próximos quatro anos arrastando correntes pelos quatro quilômetros que separam a harmonia desértica da Praça dos Três Poderes dos belos jardins Palácio da Alvorada, onde as banhistas do escultor mineiro Alfredo Ceschiatti parecem flutuar sobre o espelho d'água.

Há meses Dilma insiste em transmitir uma única mensagem, a da imobilidade no atoleiro. Sua catedral de dogmas ruiu com o Muro de Berlim, mas ela permanece estática, talvez em secreto desejo de reescrever a própria história.

No inverno de 2005, a então chefe da Casa Civil de Lula detonou uma proposta de ajuste fiscal de longo prazo abençoada pelos ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo. A ideia central era controlar a expansão dos gastos e avançar na direção do “déficit zero” nas contas públicas (em termos nominais) ao longo de uma década. Dilma sepultou a ideia, classificando-a de “rudimentar”.

Uma década depois, governa em desespero para controlar a inflação, aumentar a arrecadação e garantir substancial superávit nas contas públicas. O preço agora é recessão, desemprego e cortes na rede de amparo social, como a saúde e o sistema estatal de pensões.

A presidente entra em negação quando a vida real demonstra que, nem sempre, suas ideias correspondem aos fatos. Abre as comportas do ressentimento quando vê uma decisão ser decodificada nos seus rudimentos — por exemplo, uma “brincadeira” governamental de alto custo (R$ 25 bilhões anuais) aos cofres públicos, como foram as desonerações fiscais, segundo o coloquialismo fazendário.

A sucessão de críticas que Dilma emula ou faz em público ao Ministério tem efeito arseníaco. Sugere uma equipe sem afinação, competência e seriedade — requisitos primordiais para encontrar o fundo do poço, que em política é apenas uma etapa.

Nos próximos dias estará diante de inédito desafio, com a “lista Janot” de suspeitos de corrupção na Petrobras, o balanço da petroleira estatal e as sentenças ao condomínio político-empresarial beneficiário.

A Presidência tem flertado com a imagem de protetora de empreiteiras. É uma opção, não importam os motivos. O problema central permanece: o que vai fazer com a Petrobras, cujo programa de investimentos não se sustenta sem financiamento externo.

Agentes financeiros e empresas associadas à estatal começaram a avaliar consórcios para eventual compra de participações no pré-sal, assim como uma fatia da BR Distribuidora, com sua rede de seis mil postos de serviço.

Dilma vai precisar sair da letargia para decidir, por exemplo, se privatiza alguns dos negócios da Petrobras ou se anuncia à sociedade que ela vai pagar um alto preço, via Tesouro, para reformatar a empresa e concentrá-la na exploração e produção de petróleo.

É muito para realizar na biografia, e pouco tempo disponível para fazer diferença na História.

José Casado

'Eu quero um Lula pra tio!'

Meus tios são uns merdas. Estudaram a vida inteira, muito, trabalharam feito uns babacas, pagaram impostos feito uns otários e, pior, quando meu pai ficou doente, cuidaram de mim e dos meus irmãos. Hoje, babacas que foram, mal conseguem viver de suas aposentadorias. Tenho que ajudá-los na medida do impossível. Eu mereço. Meus tios me ensinaram a ser a ser um babaca também.
Eu queria ter um tio como o Lula. Ele me arrumaria obras com a Odebrecht e outras empreiteiras. Eu estaria comendo a Val Marchiori e fumando charutos cubanos que o Raul mandaria de presente. Se eu tivesse um tio como o Lula não estaria no sufoco de arrimo de família. Eu não quero ajudar meus tios!!! Eu quero mais que é que eles me ajudem! Mais, muito mais! Eu exijo que eles coloquem o "meu boi na sombra.
Meus tios são uns merdas, talvez por serem brancos, da elite burguesa e, pior ainda, judeus. Tios, vocês são uns merdas!"
Marcelo Madureira 

Sem ódio e sem medo

Manifestante (Foto: Arquivo Google)
Será pelo resgate daquilo que nos ensinaram os gregos sobre qual deve ser o objetivo mais nobre da política: resolver de forma civilizada os conflitos da sociedade

O Brasil vive seu momento mais dramático desde o fim do regime militar.

Pode-se contra-argumentar que o impeachment do Collor foi mais grave. Mas ali o grito das ruas e as instituições entraram em sintonia. A crise foi equacionada de forma democrática e pacífica, sem que uma só voz ameaçasse recorrer à beligerância.

A dramaticidade dos dias atuais está tanto no desmanche de um governo que mal começou como na existência de forças interessadas na radicalização, principalmente no interior do bloco governista.

Com o propósito de perpetuar o seu projeto de poder, nem que for na marra, Lula se diz preparado a ir à guerra e disposto a por nas ruas o “exército de (Pedro) Stedile”.

Está se formando um caldo de cultura da violência, do rancor, da intolerância, do confronto.

É neste campo que petistas querem travar a guerra para camuflar seu fracasso na economia, onde após seis anos de subsídios, desonerações, populismo tarifário e irresponsabilidade fiscal, o governo adota agora um pacotaço que pode matar o paciente de overdose.

Mas também para esconder suas impressões digitais no escândalo da corrupção na Petrobras. Nesse jogo sujo vale tudo. Vale acusar as elites e a oposição de conspiração contra os interesses nacionais, uma ladainha enfadonha e sem sentido.

Há o risco real de segmentos da sociedade caírem na armadilha, aderindo à lógica do confronto.

Até porque há um clamor nacional pela ética, ao qual o PT desdenha, desqualifica, taxando-o de udenismo. Sabemos aonde isto leva.

Leia mais o artigo de Hubert Alquéres