O encontro do ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência com blogueiros e chapas brancas na última
semana dentro do Palácio do Planalto não é o primeiro, mas outro de uma série
em que transformam o palácio presidencial em escritório petista, porque o
decreto que desejam aprovado é partidário e não de interesse nacional como
fazem supor. Esse abuso dentro do próprio Planalto vem se sucedendo há meses e
teve como destaque até a reunião, no ano passado, de ex-presidente e do
marqueteiro para discutir medidas contra as manifestações de rua.
O mais importante prédio da
República está servindo de escritório privilegiado para as reuniões de
interesse do PT, que ainda se servem de toda infraestrutura pública, paga com o
dinheiro do povo, para discutir seus planos eleitorais e de governança
ditatorial. O uso indevido do patrimônio nacional para meras reuniões de
partido com vistas às eleições é a demonstração de que os petistas se
consideram donos de tudo na República, inclusive das leis.
As reuniões também chamam a
atenção para um detalhe que é a presidente, eleita para defender todos os
brasileiros, aceitar coniventemente o abuso dentro do próprio palácio. Faz parecer que temos no cargo apenas uma
marionete que abre as portas do Palácio quando o senhor partido mandar. Ainda
mais que o local deveria ser palco para discussões com parlamentares,
representantes eleitos, mas não para meros escolhidos pelo partido para
desenvolverem táticas de guerrilha eleitoreiras.
O uso abusivo do Planalto revela
bem o objetivo partidário do novo decreto, uma vez que ali se instalará o
quartel-general do plano de Política Nacional de
Participação Social, casualmente presidido pelo ministro da Secretaria-Geral. A
democracia brasileira, segundo os petistas, vai assim instalar no prédio máximo
da República o quarto poder, gerido por um eleito do partido.