Trata-se de um princípio da pregação do cristianismo que baseia a purificação humana no sacrifício do indivíduo. Quanto maior o sofrimento, mais puro o cristão. Na maior abnegação, mais possibilidade de agradar a Deus.
O pensamento não é novo. É possível identificá-lo em vários momentos da História como forma de dominar o povo.
Ao usar este artifício, Bolsonaro tenta fazer o povo se ater nos fatores aparentemente espirituais e banaliza problemas práticos do dia-a-dia. Fome e desemprego remetem às coisas materiais e assim poderiam ser de menor importância, afinal, o evangelho é renúncia. Quem valoriza mais o alimento do que as coisas espirituais, estaria errado. É um materialista.
No momento em que a situação econômica leva o Brasil para o mapa da fome novamente, dizer a um pobre cristão que a comida é menos importante e que ele obterá mais valor espiritual se abdicar disso é a arma perfeita para controlar o grito por comida pela própria sobrevivência. É o jejum da população mais pobre para purificar a alma dos mais ricos.
Bolsonaro mexe com o sentimento mais profundo dos cristãos mais simples mas ele mesmo não almeja fazer sacrifício material por ninguém. Continua gastando dinheiro público indiscriminadamente, queimando litros de gasolina em motociatas enquanto o povo faminto luta para conseguir manter-se de pé, sem forças para caminhar.
As lideranças religiosas omitem propositalmente o valor que o próprio Jesus deu para a alimentação. Jesus jamais chamou comida de “coisas materiais” mas condenou o amor ao dinheiro.
Um dos milagres que Jesus fez mais de uma vez foi alimentar multidões. Além disso a bíblia está repleta de milagres relacionados ao alimento, resultantes da compaixão de Deus pelo povo faminto.
O discurso bolsonarista mantém o povo evangélico preso pela espiritualização falsa das pautas morais, pelas quais valeria a pena qualquer sacrifício mas a cada dia que passa fica mais difícil manter a atenção dos fiéis visto que na hora de orar, o prato está vazio na mesa.
Evangélicos estão colocados de forma cruel diante de um dilema: comida na mesa para viver aqui na terra ou a purificação para entrar no céu?
Andressa Oliveira, integrante da coordenação estadual do Movimento Negro Evangélico no Rio de Janeiro
Ao usar este artifício, Bolsonaro tenta fazer o povo se ater nos fatores aparentemente espirituais e banaliza problemas práticos do dia-a-dia. Fome e desemprego remetem às coisas materiais e assim poderiam ser de menor importância, afinal, o evangelho é renúncia. Quem valoriza mais o alimento do que as coisas espirituais, estaria errado. É um materialista.
No momento em que a situação econômica leva o Brasil para o mapa da fome novamente, dizer a um pobre cristão que a comida é menos importante e que ele obterá mais valor espiritual se abdicar disso é a arma perfeita para controlar o grito por comida pela própria sobrevivência. É o jejum da população mais pobre para purificar a alma dos mais ricos.
Bolsonaro mexe com o sentimento mais profundo dos cristãos mais simples mas ele mesmo não almeja fazer sacrifício material por ninguém. Continua gastando dinheiro público indiscriminadamente, queimando litros de gasolina em motociatas enquanto o povo faminto luta para conseguir manter-se de pé, sem forças para caminhar.
As lideranças religiosas omitem propositalmente o valor que o próprio Jesus deu para a alimentação. Jesus jamais chamou comida de “coisas materiais” mas condenou o amor ao dinheiro.
Um dos milagres que Jesus fez mais de uma vez foi alimentar multidões. Além disso a bíblia está repleta de milagres relacionados ao alimento, resultantes da compaixão de Deus pelo povo faminto.
O discurso bolsonarista mantém o povo evangélico preso pela espiritualização falsa das pautas morais, pelas quais valeria a pena qualquer sacrifício mas a cada dia que passa fica mais difícil manter a atenção dos fiéis visto que na hora de orar, o prato está vazio na mesa.
Evangélicos estão colocados de forma cruel diante de um dilema: comida na mesa para viver aqui na terra ou a purificação para entrar no céu?
Andressa Oliveira, integrante da coordenação estadual do Movimento Negro Evangélico no Rio de Janeiro
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