O Supremo Tribunal Federal corre o risco de tornar-se
uma "corte bolivariana" com a possibilidade de governos do PT terem
nomeado 10 de seus 11 membros a partir de 2016.
A afirmação é do único personagem desta conta hipotética a
não ter sido indicado pelos presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff: o ministro
Gilmar Mendes, 58.
Indicado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2002, ele
teme que, a exemplo do que ocorre na Venezuela, o STF perca o papel de
contrapeso institucional e passe a "cumprir e chancelar" vontades do
Executivo.
A expressão bolivarianismo serve para designar as políticas
intervencionistas em todas as esferas públicas preconizadas por Hugo Chávez
(1954-2013) na Venezuela e por aliados seus, como Cristina Kirchner, na
Argentina.
"Não tenho bola de cristal, é importante que [o STF] não
se converta numa corte bolivariana", disse. "Isto tem de ser avisado
e denunciado."
Sobre a eleição, Mendes fez críticas a Lula ao comentar
representação do PSDB contra o uso, na propaganda do PT, de um discurso do
petista em Belo Horizonte com ataques ao tucano Aécio Neves.
Lula questionou o que o Aécio fazia quando Dilma lutava pela
democracia e o associou ao consumo de álcool. Ao lembrar do caso, Mendes disse:
"Diante de tal absurdo, será que o autor da frase também passaria no teste
do bafômetro? Porque nós sabemos, toda Brasília sabe, eu convivi com o
presidente Lula, de que não se trata de um abstêmio", afirmou.
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