O vírus da intolerância contamina qualquer espaço de discussão. Alguns pretendem transformar um espaço plural em um curral de ideias próprias. Se você concorda comigo, seja bem-vindo! Se discordar, vou demonstrar que estou certo e você errado. Ou seja, minhas certezas me bastam! Já aprendi tudo o que a vida pode me ofertar. Assim, não me movo da posição em que estou. O nome disso pode ser qualquer um, menos democracia.
Não se faz oposição para nada propor. Não se substitui um regime ou governo sem saber o que colocar no lugar. Ser oposição é caminhar para um ponto Ômega. Talvez utópico. Mas, respeitando o que vivemos, aprendemos ─ e a partir daí redesenhamos o novo. Falar em democracia, até mesmo nos espaços plurais, passou a ser sinal de alienação ou conservadorismo. A democracia é de todos, e portanto sujeita a divergências e contestações. Se caminharmos na direção oposta, seremos neo-petistas de direita.
Todo crime deve ser julgado pelo Judiciário. Não demonizo adversários. Não desculpo a farsa. Tento desmascará-la. Seguindo o mestre Guimarães Rosa, digo com orgulho “que de muito pouco sei, mas desconfio de muita coisa”. Com o debate e a democracia, acabo por transformar desconfianças em evidências. É o suficiente.
Cometi muitos erros, e cometerei outros. Minha vida está longe de ser um exemplo de acertos. Mas nunca sucumbi ao sectarismo que impede a convivência de opostos e o respeito aos adversários.
O que iguala um lulopetista e um neo-petista de direita? A certeza plena de ser dono da verdade. A alteração do passado. A falta de senso crítico. E o olhar eternamente colocado no retrovisor. Tenho receio de ambos. São faces da mesma moeda.
Quero o fim do pesadelo que nos martiriza. Nem por isso desejo quarteladas, nem transformo histórias pessoais em parâmetros definidores do futuro. Isso é coisa de seita. E contra elas me insurjo desde sempre. Sou um devoto do Estado Democrático de Direito e um defensor incondicional da verdade histórica.
Abrir mão desses valores me transformaria num oposicionista “pitbull”. Prefiro ser somente oposicionista.
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