A fábrica de fabricar petês não será fechada simplesmente com o advento da República de Curitiba. Aliás, percebam os que prestam que o juiz Sergio Moro tem o apoio maciço da população decente, apoio formal da categoria à qual pertence e só. De resto, está sozinho nesse deserto de ideias e atitudes, que preferem inquirir o mocinho pela técnica heroica utilizada para desmascarar bandidos que defender que a justiça seja feita por aqui sem meandros e desvios. É impressionante.
Com quantos juízes como Sergio Moro pode contar o poder judiciário? Já há pessoas que se perguntam o porquê da existência de STFs e Senados, uma vez que eles não servem justamente à função para a qual foram criados. A pergunta é boa, mas incita o desmonte de nossa democracia bamba. Melhores seriam os conselhos comunais?
Nossas instituições foram aparelhadas por essa quadrilha. E o aparelhamento se deu com a conivência explícita das corporações – sindicatos, grupamento e milícias – que tiveram seus integrantes solertemente cooptados. O resultado é este que estamos vendo, atônitos. Um país paralisado, morto de medo dos próximos passos que ceifarão os empreguinhos públicos e temeroso do dia seguinte, por não entender que o sol queimará só os vampiros que nos desgovernam, e não o que ainda resta de nossa sociedade espoliada até o talo.
Tal pergunta jaz na base de tudo isto que estamos presenciando por aqui, meus caros. E se as eleições foram um acordo entre amigos, destes que aceitam o jogo tão somente por quererem trair um ao outro mais adiante? O Senador Magno Malta foi profético ao afirmar que Aécio Neves se livrou de uma maldição. Talvez fosse ele, com o apoio da petralharia, o candidato ao impeachment da vez, nesta terra de inocentes úteis e bananas. Não duvido nada dessa possibilidade.
O caldo estava entornado para quem quer que fosse assumir o controle do navio. E tudo isso por conta de uma miragem fundamental: que este país de tontos úteis seria um socialismo em busca de um embusteiro para chamar de líder. Não é. É um capitalismo que se recusa a continuar parceiro dessa escumalha, parando as máquinas para se livrar do excesso de peso. E vai parar de trabalhar e empreender até que estas ratazanas tenham sido espantadas do convés. Se elas voltarão, fantasiadas de outros roedores, é o que nos cabe definir por lei. O impeachment é só o começo da volta do país à estrada da decência.
Com quase vinte anos de atraso e pendurado em toda a sorte de muletas sociais para se mover com um pingo de dignidade, vai ser duro aprender a andar de novo sem querer se encostar em algum barranco. Que pobreza que somos.
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