terça-feira, 29 de março de 2016

Traição

Ofereci meus ombros. 
Como escada ele subiu. 
Minhas mãos tocaram a música dos seus sonhos. 
Ele dançou. 
Enxuguei seu rosto do suor do meu trabalho. 
Abri caminho para ele passar. 
Na hora da porrada a cara era a minha. 
Fui seu irmão seu amigo e companheiro. 
De braços dados caminhamos. 
Seu sofrimento foi o meu choro. 
Mais um dia eles chegaram. 
Trouxeram prata, espelho e um trono. 
Da prata ele fez anel, moeda e a placa do seu carro. 
No espelho reviu seu rosto, penteou seu cabelo
e arrumou a gola da camisa. 
Dormiu no trono
 acordou rei 
vestiu sua túnica encarnada 
colar de ouro branco e uma nova princesa. 
Um dia encontrou comigo. Me deu um beijo. 
Virou as costas e partiu. 
Lembrei de Jesus e as 30 moedas
João Paulo Cunha, ex-deputado federal, mensaleiro e agora poeta

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