O golpe contra a presidente Dilma Rousseff não passa de uma
ficção. Por que então tanta especulação sobre “o golpe”? A alguém deve
interessar esse blá-blá-blá sobre a ameaça de um golpe iminente, ali, ao dobrar
uma esquina de nossa História. “O golpe” derrubará Dilma numa saidinha de banco
– o BNDES talvez?
“Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou”, disse Dilma ao jornal Folha de S.Paulo
. “As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não tem
base para eu cair. E venha tentar, venha tentar.” A presidente agora deu para
repetir o que fala, em refrões. É quase um rap. O rap da Dilminha. Nisso, ela
está certa. O rap é popular e, se até Lula diz que a presidente está “no volume
morto”, ela precisa aumentar o som.
Não é a primeira vez que Dilma se repete. Em setembro de 2010, ao se opor a um plebiscito sobre legalização do aborto, disse: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. Deu para entender? Você pode assistir ao vídeo no YouTube. E rir. Mas essa declaração em 2010 foi premonitória. O Brasil inteiro perdeu em qualidade de vida. Só quem não perde são os político$.
Dilma sempre se confundiu ao falar de improviso, sempre tropeçou nas palavras. Não são as gafes seu problema maior. São as mentiras. Foram muitas e, por isso, a massa no Brasil perdeu de vez a confiança nela e no PT. Juros, contas, ajustes fiscais, repasses – tudo era mentira durante a campanha. E censura velada. Na semana passada, o ex-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Herton Araújo reafirmou ter sido impedido, em 2014, de divulgar o aumento da extrema pobreza no Brasil.
Para salvar o país de suas pedaladas, Dilma se rendeu ao arrocho fiscal e por isso tem sido encurralada por gregos e troianos. Mas a presidente eleita não será derrubada por um golpe. Isso não existe. Este país não quer golpe, nem de direita nem de esquerda. Se houvesse um plebiscito à grega no Brasil, o resultado seria nem sim nem não, muito pelo contrário.
Não é a primeira vez que Dilma se repete. Em setembro de 2010, ao se opor a um plebiscito sobre legalização do aborto, disse: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. Deu para entender? Você pode assistir ao vídeo no YouTube. E rir. Mas essa declaração em 2010 foi premonitória. O Brasil inteiro perdeu em qualidade de vida. Só quem não perde são os político$.
Dilma sempre se confundiu ao falar de improviso, sempre tropeçou nas palavras. Não são as gafes seu problema maior. São as mentiras. Foram muitas e, por isso, a massa no Brasil perdeu de vez a confiança nela e no PT. Juros, contas, ajustes fiscais, repasses – tudo era mentira durante a campanha. E censura velada. Na semana passada, o ex-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Herton Araújo reafirmou ter sido impedido, em 2014, de divulgar o aumento da extrema pobreza no Brasil.
Para salvar o país de suas pedaladas, Dilma se rendeu ao arrocho fiscal e por isso tem sido encurralada por gregos e troianos. Mas a presidente eleita não será derrubada por um golpe. Isso não existe. Este país não quer golpe, nem de direita nem de esquerda. Se houvesse um plebiscito à grega no Brasil, o resultado seria nem sim nem não, muito pelo contrário.
O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, para quem já esqueceu o significado – foi abandonado, e a sigla da vez se tornou o PPE, Programa de Proteção ao Emprego. O PPE se propõe a preservar o emprego de quem ganha até R$ 6 mil. Como? Reduzindo jornada e salário em 30%, por um ano. Para compensar o corte salarial, seriam usados recursos de um fundo que está sem fundos, o FAT, de Amparo ao Trabalhador. Mais uma promessa vazia da presidente.
O mico da semana do Planalto foi usar, como garoto-propaganda do PPE, Charles Chaplin no filme clássico Tempos modernos. Que lambança. Chaplin abraçado às engrenagens, numa sátira às péssimas condições de trabalho na Revolução Industrial, rindo de si próprio (e dos trabalhadores brasileiros) com a seguinte legenda em maiúsculas: “Jornada de trabalho menor... e meu emprego garantido!”. A imagem foi apagada rapidinho na página do governo federal no Facebook. Pegou mal.
O momento da presidente nunca foi tão delicado. Suas contas de 2014 podem ser rejeitadas em agosto pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Sua conduta na campanha pode ser condenada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a julga por abuso de poder econômico. Seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode ser alvo da criPTonita – e aí, adeus ajuste.
Até agora não há nada contra Dilma, e ela não deve cair. Mas, se isso ocorrer, o Brasil carece de líderes confiáveis. Quem seria o presidente? O enigmático vice Michel Temer, que não articula nada e já tenta sair de fininho? O imprevisível Eduardo Cunha, presidente da Câmara, líder da direita evangélica do PMDB? O tucano Aécio Neves, que agradeceu ter sido reeleito “presidente da República”? O PSDB não pode afirmar, em convenção, que “está pronto para assumir” o país. Não está vago o posto de presidente. Esse açodamento é no mínimo inoportuno. Abre o flanco para quem adora falar de “golpe”.
Temos uma presidente fraquíssima – e um monte de partidos, aliados ou não, contra ela. Quem, afinal, apoia Dilma? “Eu não vou, não vou, não vou cair”. Só se repete assim quem tem medo.
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