Segundo o estudo, quanto maior o esforço mental, maior o desconforto físico. Não é preciso pensar muito para se chegar a este óbvio, por definição, ululante. O estudo não considera a hipótese de todo esforço mental ser relativo —para muitos, calcular uma reles raiz quadrada será uma tarefa intransponível, enquanto, para outros, discutir a Conjectura de Poincaré com Alfred North Whitehead pode ser tão simples como falar de futebol no botequim. O estudo, pelo menos, admitiu certa possibilidade de diferença entre as pessoas, citando estudantes universitários e militares —imagino que cada um numa ponta do espectro cognitivo.
O que me espanta é que a conclusão de que pensar dói tenha vindo de uma instituição da Holanda, país admirado por produzir pensadores em tantos ramos. Eram holandeses Erasmo de Roterdão (1466-1536) e Spinoza (1632-1677), dois pilares da filosofia, atividade cuja única ferramenta é o pensamento. E não há registro de que Erasmo e Spinoza sofressem de lumbago ou dor de dentes por pensar.
Holandeses foram enormes pintores como Van Gogh, Rembrandt, Hieronymus Bosch, Vermeer e De Kooning, e pintar envolve decidir em um segundo se se dá esta ou aquela pincelada. E alguns dos jogadores mais cerebrais da história do futebol eram holandeses —Cruyff, Van Basten, Gullitt, Neeskens, Bergkamp—, a provar que nem sempre o cérebro precisa estar na cabeça.
Os holandeses inventaram também a fita cassete, o CD e o DVD, e temos de lhes ser gratos por isso. Mas depois os desinventaram — e pensar nisso, sim, dói.
O que me espanta é que a conclusão de que pensar dói tenha vindo de uma instituição da Holanda, país admirado por produzir pensadores em tantos ramos. Eram holandeses Erasmo de Roterdão (1466-1536) e Spinoza (1632-1677), dois pilares da filosofia, atividade cuja única ferramenta é o pensamento. E não há registro de que Erasmo e Spinoza sofressem de lumbago ou dor de dentes por pensar.
Holandeses foram enormes pintores como Van Gogh, Rembrandt, Hieronymus Bosch, Vermeer e De Kooning, e pintar envolve decidir em um segundo se se dá esta ou aquela pincelada. E alguns dos jogadores mais cerebrais da história do futebol eram holandeses —Cruyff, Van Basten, Gullitt, Neeskens, Bergkamp—, a provar que nem sempre o cérebro precisa estar na cabeça.
Os holandeses inventaram também a fita cassete, o CD e o DVD, e temos de lhes ser gratos por isso. Mas depois os desinventaram — e pensar nisso, sim, dói.
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