Como era previsível, acabou a possibilidade de considerar os recursos públicos ilimitados e o costume de evitar que os anseios e reivindicações de cada grupo social organizado fosse atendido. O esgotamento de recursos públicos e do protecionismo ao velho modelo levam à crise e seus sofrimentos, mas oferecem otimismo para o que poderá ocorrer de positivo quando a crise passar.
A Lava-Jato trouxe perdas econômicas e políticas ao abalar a credibilidade de grandes empresários e políticos, mas pode provocar o aprendizado de que a indecência tem custo. É possível esperar que as empresas pós-crise serão mais eficientes, o eleitor será mais cuidadoso e os candidatos mais éticos.
Desperdícios de recursos, baixa taxa de natalidade e crescente aumento na expectativa de vida exigem reforma da Previdência. Muitos se opõem a ela, mas depois de realizada terá sustentabilidade e acabará com tratamentos desiguais.
Em nome de proteger direitos aos trabalhadores empregados, o conservadorismo impediu que o Brasil se adaptasse ao avanço tecnológico, condenando o país a baixas produtividade e competitividade. Se bem feitas, as reformas trabalhistas vão permitir que a economia seja mais eficiente e sintonizada com as exigências do avanço tecnológico.
Mas, se ficarmos prisioneiros do passado, defendendo privilégios daqueles que já participam do setor moderno em esgotamento, e o Brasil permanecer na crise por longos anos, continuando a disputa política, sem compromissos com a verdade, sem espírito público, nem visão de longo prazo, saltaremos da crise para a decadência, e desta a uma desagregação social da qual já sentimos sintomas.
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