Tem sido sempre assim, no relacionamento entre Executivo e Legislativo, fora das ditaduras. O primeiro prepara pratos feitos que manda para o outro, infenso a cumprir ordens. Por isso abre-se sempre o impasse sobre as mudanças. Caso houvesse um debate prévio, essas mudanças começariam a tramitar já com uma tendência conhecida. Poupar-se-ia tempo.
O resultado, não raro, são os impasses e a perda de tempo, quando tudo poderia ser diferente caso se acertassem previamente. Nenhuma das partes se sentiria diminuída. Do jeito que o processo se desenvolve, frustra-se o governo ao ver dilapidada sua proposta, como frustram-se os partidos, obrigados a remendar o que será o produto final. Confirma-se a observação inicial: a forma de o governo fazer as coisas deixa a desejar, ainda que concordem todos com as coisas que precisam ser feitas.
Apenas um detalhe a mais: precisaria esse diálogo acontecer em sigilo, à margem dos holofotes, porque a atuação diante das câmeras e microfones perturba o sentido das coisas.
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