terça-feira, 1 de março de 2016

O mal dos produtos feitos para estragar

Alguma vez sua cafeteira ou impressora já pifou logo que o período de garantia acabou? Você já tentou trocar a bateria constantemente descarregada do seu smartphone? E quem sabe você já ouviu que trocar uma peça do seu computador sairia mais caro do que comprar um novo?

Se a resposta para qualquer uma das perguntas anteriores for "sim", você conhece bem a chamada obsolescência programada. Para fabricantes, faz sentido criar um produto com um tempo de vida limitado. Isso significa que o processo produtivo é mais barato e que, no futuro, o consumidor vai precisar adquirir novos produtos e pagar por serviços que a empresa oferece como substitutos para os antigos.

Tal prática tem consequências devastadoras. Os consumidores são constantemente forçados a jogar fora aparelhos e peças que deixaram de funcionar e comprar novos. E a mentalidade do descarte significa mais lixo eletrônico de países industrializados se acumulando em aterros de países em desenvolvimento.


Stefan Schridde administra o site murks-nein-danke.de (defeituoso, não, obrigado), no qual consumidores frustrados descrevem suas experiências com produtos que são feitos para estragar depois de um certo tempo.

A maioria das reclamações no site é relacionada a empresas dos setores de eletrônicos, informática e telecomunicações. Nomes de peso como Samsung, Philips, Apple, HP, Sony e Canon estão entre os mais mencionados.

Segundo Schridde, a maioria da obsolescência é provocada por peças pequenas e baratas para as quais as empresas frequentemente usam "plástico em vez de metal" para reduzir os custos.

"Empresas nem sempre usam produtos que são particularmente duráveis", afirma Dominik Enste, economista do Instituto de Pesquisa Econômica de Colônia. Tais práticas não apenas contradizem o conceito de sustentabilidade, diz ele, mas também mostram que essas companhias não levam sua responsabilidade social a sério.

Schridde afirma que a longevidade não parece importar para o desenvolvimento de produtos. Em vez disso, fabricantes investem "somente o dinheiro necessário para que o produto sobreviva por três anos". Depois disso, o período de garantia expira, e um aparelho de nova geração é lançado, diz.

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