Aliás, uma das definições de estatística é bastante apropriada para esse tipo de pesquisa – “a estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem o resultadoque se deseja”.
E precisamos lembrar também que no final do ano passado o total de trabalhadores de carteira assinada ganhou a adesão de grande número de domésticas, que passaram a contribuir para o INSS e ter direito ao Fundo de Garantia.
A economia vem descendo a ladeira desde a posse de Dilma Rousseff, em janeiro de 2011, como se o governo Lula tivesse deixado uma bomba-relógio no colo dela, no estilo do atentado do Riocentro. Mais de um ano já se passou e a presidente da República não fez rigorosamente nada. Fala apenas em CPMF e em reforma da Previdência, mas estas duas propostas não resolvem a crise, que é muito mais grave do que se propaga.
A desindustrialização é um fato inquestionável. Ao invés de financiar os empresários brasileiros, como o BNDES fazia no primeiro mandato de Lula, quando o banco era comandado pela dupla Carlos Lessa/Darc Costa e alavancou a economia, os recursos públicos brasileiros passaram a custear obras das empreiteiras no exterior, sob o argumento de que essa política iria abrir empregos no Brasil, demonstrando que a desfaçatez do governo e do economista petista Luciano Coutinho não tem limites.
Todos os setores econômicos estão em crise, à exceção da agricultura e agroindústria, mas é só uma questão de tempo – logo serão também atingidos. E o governo continua inerte, com planos mirabolantes de aumentar a arrecadação num cenário de economia recessiva, deve ser uma nova teoria econômica da falsamente “doutorada” Dilma Rousseff.
Em meio a essa terra arrasada, a Petrobras não consegue se reerguer. A cotação do petróleo não ajuda, as obras inacabadas se tornaram um sorvedouro de recursos, o pré-sal foi um rio que passou em minha vida, porque não adianta investir sem possibilidade de superar o custo/benefício, e a recessão diminui a demanda.
Mas o pior são as ações contra a empresa no exterior. A Justiça norte-americana é implacável com esse tipo de situação, em que uma gigantesca empresa estrangeira entra no mercado de ações com informações falsas e apresenta um quadro de corrupção generalizada jamais visto, lesando fundos de pensão a acionistas dos Estados Unidos e de outros países.
O julgamento da Petrobras em Nova York será em setembro, a empresa não tem a menor chance de se livrar de vultosas indenizações, em moeda forte. E a Petrobras se arruinando significa a ruína também da indústria naval e de uma rede enorme de fornecedores, em efeito cascata (ou dominó).
Enquanto o país mergulha na maior crise de toda a sua História, a chefe do governo se comporta com uma inconcebível falta de responsabilidade. Todos os seus atos visam apenas a evitar o impeachment. Não tomou a menor iniciativa de enxugar a máquina administrativa, para não incomodar o PT e a base aliada, aumentou os gastos de custeio, ao invés de reduzir.
O mais grave é que a presidente Dilma Rouseff trata a dívida pública como se fosse apenas um detalhe. Não vê que é o maior problema da nação. O Congresso aprovou em dezembro a realização de uma auditoria sobre o endividamento e ela simplesmente vetou, argumentando que existe total transparência sobre as finanças públicas.
Enquanto isso, os bancos batem recordes de lucratividade neste país de economia destroçada. Há algo de pobre nesta equação, mas a chefe do governo não consegue perceber. É como se estivesse empenhada em destruir o país, e está sendo muito bem-sucedida nesta sinistra empreitada.
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