O país está dividido entre os que acham que Dilma e sua inépcia devem ser banidos do Planalto e os que avaliam que seu castigo não deve chegar a tanto. Essa divisão fulmina a credibilidade da presidente e paralisa o seu governo. Sem poder recorrer a Lula, que se dedica a debater diariamente com sua assessoria os termos da penúltima nota oficial de desmentido sobre o triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, Dilma acionou o mosquito.
O governo poderia ter encomendado uma campanha de utilidade pública para prevenir o brasileiro sobre os novos perigos do Aedes aegypti. Mas Dilma preferiu agir como Dilma. Colocando o marketing à frente dos resultados, cuidou de realçar o caráter traiçoeiro do inimigo que seu governo tardou a enxergar. “Ele só precisa depositar seus ovos em água parada, limpa ou suja, para nascer, se proliferar e picar pessoas de modo a contaminá-las. […] A maneira mais eficaz é não deixando ele nascer, destruindo os seus criadouros, que em mais de dois terços estão dentro das nossas residências”.
Dilma busca novos aliados: “Conversei com o presidente Obama e acertamos colaborar nesse desafio.” Anunciou o envio de tropas à frente de batalha. No próximo dia 13, vão à caça das larvas inimigas 220 mil homens e mulheres das Forças Armadas. “A guerra contra o mosquito transmissor do zika é complexa, porque deve ser travada em todos os lugares e por isso exige engajamento de todos”, a presidente alertou.
Dilma prometera a si mesma que não faria mais discursos na tevê enquanto não recuperasse a popularidade. Mas os sábios do seu governo avaliaram que a declaração de guerra ao mosquito livraria a presidente das vaias e dos panelaços. Não funcionou. Ouviram-se protestos em várias localidades. Dilma talvez devesse considerar a hipótese de eleger novos inimigos. Além do mosquitos, poderia bombardear os parasitas que infestam o seu governo.
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