Tem patas de um elefante, tronco de um elefante, cabeça de um elefante, presas de um elefante e não é um elefante? Vai pensando aí enquanto a gente explica o outra metade da aula de massinha para dissimulados e afins. Toda a esquerdalhada do país se engajou num imenso esforço patético de dourar a pílula. Segundo os párias e colegas do crime sem castigo, “os ideais da esquerda estão sendo conspurcados por uma quadrilha de bandidos comuns”. É mesmo, cara pálida? Conta agora a do papagaio.
Uma presidente que se desmanchou em si mesma como purê de mandioca brava, cacarejando seus mantras e visões do apocalipse enquanto enfiava os docinhos da festa infantil no bolso não me parece uma ruptura de um sistema apodrecido de véspera e uma forma de dar corpo e alma ─ ambos podres – a uma mentalidade que se esforça em subir pelo atalho. Os caras detonaram as leis, a decência, a ética e a liberdade ensaiadas neste país imberbe tão somente para fazer de otária uma sociedade inteira, pagante e não reclamante de uma verdadeira orgia feita com o nosso dinheiro público bem diante de nossos olhos, narizes e bocas caladonas para o malfeito, mal parido e mal pago sistema político brasileiro.
Ensaiam hoje um tímido parlamentarismo parlapatão, muito mais pela vertente presidencialista dos detentores do poder no Congresso que pela conclusão pura e simples de que presidencialismo, reeleição, urna eletrônica sem fiscalização, oposição de quatro para o realismo fantástico que nos assola são tão somente as notas trôpegas de uma mesma música indecente, que já dói nos ouvidos. Já me esgoelei por aqui de olhar o tabuleiro a uma distância segura e ver que todas as suas peças executam um balé esquisito, que cabe mais como uma luva nos ideais idiotas da estrabaria de esquerda que temos por aqui que na defesa honesta de nossos preceitos democráticos e de nossa liberdade de ir e vir e mandar um pé no traseiro bem dado em toda essa escumalha que nos desgoverna.
Em que pese o fato de que a sociedade lentamente se dá conta que lhe passam a mão nos fundilhos sem pudor nem complacência, é de se esperar que em algum momento essa mesma sociedade se encha até a tampa de Marilenas Chauís patrocinadas pela anta, Suplícios cantando blowin’ my balls in the wind de cueca vermelhinha e ministros Edinhos cacarejando inocência, com o bolso cheio de docinhos da mesma festa onde a camarada Wanda surrupiou os brigadeiros. Fala serio. É uma quadrilha que está no poder, meus amigos.
Tem patas de quadrilha, tronco de quadrilha, cabeça de quadrilha e só não vê quem não quer a verdadeira natureza desse ajuntamento de bandidos. Os meliantes se organizaram para nos rapinar, em nome de uma tal infraestrutura que os caras foram superfaturar na África, em Cuba, na Venezuela e em outros potentados da mesma camorra aboletada no tal Foro de São Paulo e cercanias. É um golpe sem vergonha. Um golpe que conta com o compadrio, a omissão, a covardia e a enganosa elegância destes nobres cúmplices esquerdos de tabuleiro, blindando a dona de seus próprios desatinos enquanto procuram um substituto da mesma esquerda calhorda para apaziguar as coisas e continuar a dança picareta.
Para quem ainda não entendeu, o que tem patas de elefante, cabeça, tronco e presas de um elefante sem sê-lo por completo é o ESQUELETO DE UM ELEFANTE. Justamente o que vai sobrar em nosso lombo se essa gente não for apeada de onde se aboletam, roubando porcamente o nosso futuro. Eu quero é ver o oco, dona dilma. Sua mandioca definitivamente está assando.
Vlady Oliver
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