quinta-feira, 23 de junho de 2016

'No releciones'

Em meio a uma daquelas costumeiras revoluções mexicanas, Lázaro Cárdenas era presidente da República e aprovou uma série de reformas, entre elas a nacionalização do petróleo, na economia. Na política, as mudanças foram mais profundas, apoiadas pelo país inteiro: “no reeleciones” virou palavra de ordem, adotada a pretexto de acabar com a corrupção. Anos depois, infelizmente, os políticos venceram e a prática voltou. Vigora a reeleição até hoje, menos para presidente da República.

Entre nós, a independência no petróleo foi sendo comida feito mingau quente, pelas beiradas. Já não existe. A reeleição, que já existia para deputado e senador, também foi sendo implantada em pilulas, para presidente, governador e prefeito.
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Não estamos, propriamente, livres da corrupção, muito pelo contrário, até porque nosso presidente não se chama Lázaro Cárdenas. Apenas como sugestão, que tal no meio da tão ansiada mas nunca concretizada reforma política, entrasse em vigor a proibição das reeleições? Mas de forma completa, ou seja, atingindo todos os cargos eletivos. Nem só para presidente, governador e prefeito, mas também deputado, senador e vereador? Claro que com isso não desapareceria a corrupção, mas diminuiria muito. A renovação obrigatória afastaria os políticos profissionais e, com certeza, muitos ladrões. Basta atentar para o número de detentores de diversos mandatos inscritos na lista dos réus do Lava Jato. Afinal, ser político não é exercer profissão alguma. Aqui e ali certos políticos se fazem necessários no exercício de funções anteriores, mas se é para aplicar remédios eficazes contra a corrupção, melhor sacrificar boas intenções. Querem saber quando o Brasil adotará esse princípio da proibição de reeleições? Para terminar no México, onde começamos: no dia em que o Sargento Garcia prender o Zorro...

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