sábado, 9 de abril de 2016

Pai Lula Traz O Seu Deputado Em Três Dias!

Já se foi o tempo em que o Palácio do Planalto era o centro do poder no Brasil. Hoje em dia quem precisa descolar uma verba ou um carguinho público tem que fazer fila na porta do hotel Golden Tulip. O Golden Tulip, tradicional quartel-general das putas de Brasília, tem a sua reputação (com bastante trocadilho, fazendo o favor) conspurcada por uma bando de deputados e senadores miseráveis já de madrugada fazendo fila na portaria do hotel. Todos chegam cedo para pegar uma senha na Fila do Lula, o ministro Viúva Porcina (“aquele que é, sem nunca ter sido”). Isso tudo porque o ex-presidente em exercício resolveu lançar mais um projeto de inclusão social, a Bolsa Impeachment, em que cada parlamentar tem direto 400 paus se pegar zika no dia da votação do impeachment ou então um milhão e meio para votar contra.

Não tenho emprego, não tenho mandato e não tenho escrúpulos. O último escrúpulo que tinha botei no “prego” da Caixa Econômica Federal para pagar a conta de luz. Assim sendo, achei por bem entrar na fila para ver se descolo algum qualquer desta nova obra do PAC, Programa de Aceleração do Cinismo.

Cheguei cedo, mas mesmo assim tive que comprar alguns parlamentares para descolar um número e ser atendido pelo homem mais honesto do Brasil. Lula virou uma espécie de pai-de-santo da política. A única entidade que ele incorpora é o Exu Caveira, que, por ser vermelho, está mais de acordo com a ideologia mediúnica do grande líder e Guia Genial dos Povos.

Em vez de pedir uma grana para fazer um despacho ou arriar um ebó na encruzilhada, é o Pai Lula que, com uma garrafa de marafo doze anos na mão e um charuto cubano na boca, desembolsa na suíte presidencial do resort de alta rotatividade. Depois dos saravás de praxe, Luísque Inácio toma um gole da cachaça e joga os Búzios. Se o cliente não gostar de Búzios, pode escolher entre Guarujá e Porto de Galinhas. Em seguida, aparece o Jacques Wagner vestido de cambono, todo de branco, e coloca um cheque no bolso do pedinte. Nem no Panamá funciona tão bem. Num outro canto enfumaçado do terreiro cinco estrelas, as babalaorixás Erenice Guerra, Rosemary Noronha e Jandira Feghali batem tambor furiosamente. Quando chega a meia-noite, baixa a Pomba Gira incorporada pela presidenta Zica Roskoff. Ela fala um monte de coisas sem sentido e depois sai pedalando uma bicicleta. É impressionante como brasileiro acredita em qualquer coisa.
Agamenon Mendes Pedreira é babaovorixá (Acompanhe o Agamenon em www.facebook.com/agamenonreal)

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