No ano passado, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um explosivo discurso no auditório da Associação Brasileira de Imprensa, atacando os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e ameaçando colocar as ruas o exército do Stédile, ele não estava falando de brincadeira. A ameaça era real e começou a ser concretizada naquele exato momento. Enquanto Lula discursava no sétimo andar, em frente à ABI um grupo de militantes petistas agredia manifestantes que traziam faixas e cartazes a favor do afastamento de Dilma.
Quando Lula falou em “exército” do João Pedro Stédile, que inclusive estava presente ao evento na ABI, na verdade estava se referindo à massa de apoio ao PT, que abrande grande número de movimentos sociais, sindicatos e centrais.
Lula não se considera apenas “filho do Brasil, como é descrito no filme de Fábio Barreto, cujos pais Luis Carlos e Lucy Barreto também estavam presentes ao evento na ABI e se mostravam visivelmente incomodados com o radicalismo assumido pelo ex-presidente. O fato é que, do alto de sua megalomania, Lula já se considera o dono do Brasil, e está agindo como tal.
O enfrentamento desta manhã de quarta-feira, diante do Forum da Barra Funda, em São Paulo, é o segundo capítulo de uma novela que não tem prazo para acabar. A cada vez que Lula for intimado para depor, os movimentos sociais, o MST, as centrais e os sindicatos estarão nas ruas, com o único e exclusivo objetivo de tumultuar o ambiente e evitar que os inquérito e as ações judiciais prossigam normalmente. Querem melar o jogo, como se dizia antigamente.
Como a Justiça não parece disposta a se curvar diante do autoritarismo lulopetista e existem muitos setores da sociedade que não aceitam esse tipo de manobra para garantir a impunidade de Lula, é claro que a situação só tende a se radicalizar, com o fortalecimento do coro dos sectários que defendem a volta do regime militar, o que representaria uma humilhação internacional de um país como o Brasil.
Lula sabe levantar as massas e verdadeiramente se considera acima da lei e da ordem. É aí que mora o perigo.
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