terça-feira, 12 de maio de 2015

O PCdoB celebra um genocida

Com a desculpa de celebrar um capítulo da vitória dos Aliados contra a Alemanha nazista, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fez uma verdadeira homenagem ao genocida Josef Stálin, responsável pela morte de mais de 60 milhões de seres humanos.

O PCdoB publicou em seu site o editorial “Em 9 de maio, os 70 anos da gloriosa vitória de um ideal”, no qual confunde propositalmente a derrota dos nazistas com “a vitória do ideal comunista”, uma falsificação da História que lembra as profecias de Orwell:

“O 9 de maio representa a derrocada da ideologia mais reacionária, terrorista e criminosa que o capitalismo produziu, o nazi-fascismo[…] Marca também uma retumbante vitória dos povos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e do movimento comunista internacional, indubitavelmente os principais protagonistas da luta antifascista.”
Stalin_and_Hitler

Os falsificadores da História que escreveram a frase mentirosa acima certamente querem nos fazer esquecer o pacto Nazi-Soviético, assinado agosto de 1939 pelo camarada Stálin e Adolf Hitler, dois adoradores do Estado forte, intervencionista e autoritário.

O pacto celebrado entre Stálin e Hitler proibia agressões mútuas, vetava alianças com inimigos dos signatários e determinava que possíveis discordâncias fossem resolvidas com uma “amigável troca de opiniões”. Ou seja, nazistas e comunistas estiveram no mesmo barco.

Com a eminente deflagração da guerra, Stálin e Hitler queriam partilhar as conquistas entre eles, criando duas grandes esferas de influência, uma alemã, outra soviética. A Polônia, rasgada em duas na altura do rio Bug, seria apenas o primeiro prêmio a ser dividido.

Mas esta bonita história de amor entre nazistas e comunistas terminou abruptamente em junho de 1941, quando a Alemanha, sem prévio aviso, invadiu o território soviético. Foi então que Stálin decidiu se travestir de antifascista e lutar ao lado dos capitalistas burgueses.

O editorial do PCdoB é tão mentiroso que vende um passado surreal no qual a verdadeira guerra foi travada entre comunistas e anticomunistas, ignorando o fato de que Hitler, Mussolini e Stálin se admiravam mutuamente e odiavam a democracia liberal.

Os falsificadores do PCdoB apresentam um Stálin bondoso e libertador que seria exatamente o oposto do malvado e tirano Hitler:

Na arena internacional, Stálin tentou incansavelmente estabelecer alianças militares contra o nazismo, especialmente com a Inglaterra e a França, sempre recusadas, pois havia o desejo secreto de que Hitler derrotasse os comunistas soviéticos.

O historiador Timothy Snyder lembra que havia mais semelhanças do que diferenças entre nazistas e comunistas. Na verdade, eram dois impérios totalitários da Europa mantidos pela escravização de povos inteiros, coletivizações e, é claro, genocídio:

“Hitler e Stálin dividiam certa estratégia de tirania: eles causavam catástrofes, culpavam o inimigo de ocasião e depois usavam as mortes de milhões para alegar que seus atos eram necessários. Os dois tinham utopias transformadoras, um grupo para culpar quando suas realizações se provavam impossíveis e uma estratégia de assassinato em massa que podia ser proclamada como uma vitória ersatz (falsa)”

Os nazistas mataram milhões de judeus; os comunistas mataram de fome milhões de ucranianos. Calcula-se que 3,3 milhões morreram de inanição na Ucrânia dominada pelos soviéticos, na fome de 1993 que se seguiu à coletivização destrutiva de Stálin.

Snyder ainda lembra os cerca de 250 mil cidadãos soviéticos, predominantemente poloneses, mortos devido à sua origem étnica entre 1937 e 1938. Às vezes, a polícia pegava nomes poloneses de guias telefônicos, ou fazia prisões em massa em igrejas polonesas.

O camarada Stálin foi também responsável pela morte de cerca de 700 mil bolcheviques e militares nos chamados Processos de Moscou, no qual a maioria das “confissões” era obtida por meio de tortura. Matou, torturou e fez desaparecer seus adversários no partido.

Stálin é celebrado pelo partido de Jandira Feghali, que recentemente literalmente tentou calar o senador Roberto Freire e, com a reação dele, fez um escândalo como se fosse uma vítima de stanilistas.

Stálin é herói do partido de Manuela D’ávila, a patricinha comunista que adora passear em Nova Iorque, o coração do imperialismo ianque.

Stálin, enfim, é a figura de louvor do PCdoB, o mais fiel e antigo aliado do PT, aquele partido que quer "humanizar as redes" e "democratizar a mídia".

Thiago Cortês
ATUALIZAÇÃO: Após centenas de mensagens negativas em sua fanpage, o PCdoB retirou a postagem com o texto do editorial supracitado e a foto de Josef Stálin. Mas o texto continua no site do partido.

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