sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O papel do Estado


 O Governo Federal tem uma notícia boa e uma ruim.

A boa: não haverá nenhum tipo de racionamento de energia elétrica nesta Administração.

A ruim: a população precisa economizar papel higiênico.

Com o lobby ecológico, não se pode mais sair desmatando por aí como antigamente, usando motosserras em qualquer jacarandá. Um número enorme de entidades internacionais vêm nos boicotando. E nossa dependência a elas é considerável.

Como papel é feito de celulose e celulose vem de árvores, não temos mais condição de esbanjar folhas de nenhuma espécie. Pedimos assim a todos os brasileiros: diminuam em 50% a utilização de papel higiênico.
Temos consciência da enorme importância da assepsia nas áreas íntimas corpóreas. Uma nação nunca será altiva em meio ao caos e à catinga. Mas existem formas criativas de se manter asseado, sem consumir meio rolo a cada ida ao toalete.

Nunca dobre muitas vezes o papel antes de efetivar a operação em si. Dobrando-o apenas uma vez, já é possível evitar que ele se fragmente, causando danos a você e ao meio-ambiente.

Enrolar um pedaço pequeno de papel no dedo indicador e fazer todo o procedimento apenas, e tão-somente, com essa pequena faixa é a recomendação mais sensata, segundo respeitados institutos de pesquisas tecnológicas. Corre-se o risco de algum acidente, mas nada que uma ducha rápida (lembre-se de que a água continua sendo racionada) não resolva.

O uso de algodão pode ser uma alternativa à necessidade premente de não gastar papel. Desde que não se use álcool ou benzina no momento da limpeza.
Cortar os pedacinhos em cima do picote é igualmente recomendável, posto que um milímetro economizado multiplicado por milhões de habitantes evitaria o Privadão – retirada de todo papel higiênico do mercado pelo Governo Federal por tempo indeterminado.

O consumidor de mais de um rolo semanal receberá uma notificação informando-o de quanto será sua economia-mês. Quem consumir mais de três rolos semanais será inicialmente notificado e, repetindo a infração, pesadamente multado (valores e cálculos no sítio do Ministério da Fazenda). Se continuar infringindo, o banheiro da casa será lacrado pelo Ministério da Saúde.
Usuários de fraldas e consumidores de menos de um rolo semestral estão fora do novo racionamento.

Os pedidos de revisão de meta devem ser enviados por e-mail para o Ministério da Justiça acompanhados de provas materiais da necessidade de mais rolos (relatos juramentados de situações constrangedoras em público, perda de emprego, estados diarréicos crônicos).

São medidas duras e que não vão cheirar nada bem na Comunidade Internacional.

Mas sem elas, o país vai descarga abaixo.

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