quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O que os pobres pediriam a Dilma?


Poderia parecer estranho, mas uma decisão como a nomeação do novo ministro da Fazenda ou da Educação poderia ser até mais importante para os pobres do que para os ricos.
A presidenta Dilma Rousseff está recebendo de todas as partes conselhos e sugestões sobre como deveria alterar a política econômica que acabou com um rosário de índices negativos em seu primeiro Governo e com o temor de que possa surgir o temido fantasma do desemprego, que seria pior ainda que a disparada da inflação.

Dilma se reelegeu mais com os votos dos candidatos de baixa renda do que com os dos mais afortunados. O que lhe pediriam esses milhões de eleitores pobres se entendessem de economia? É muito provável que lhe apresentassem, paradoxalmente, as mesmas preocupações dos mais ricos, dos empresários, do mundo que produz e exporta.

Os integrantes dessa nova classe C – que não sabem o que é PIB, câmbio flutuante ou o famoso tripé econômico – seria os primeiros, se soubessem dessas coisas, a se preocuparem em conhecer o nome do novo ministro da Economia. Estaria essa nova classe C preocupada em saber se a nova presidenta vai deixar a inflação correr solta e se os juros vão continuar subindo.

Nas sociedades modernas, o conceito marxista da luta de classes e das divisões entre pobres e ricos, trabalhadores e exploradores, está ultrapassado.

Se tiver conhecimento de como essas possíveis mudanças podem afetar concretamente o seu cotidiano, ou da tortura que implica ter que se endividar em bancos para manter o que já foi conquistado, eles estariam mais preocupados com essas mudanças na economia do que com a reforma política ou com o uso de plebiscitos. E, se bobear, até mais preocupados do que com como resolver o câncer da corrupção que afeta a Petrobras. Para isso os pobres têm uma solução drástica: os corruptos devem ir para a cadeia e devolver o que foi roubado.

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