terça-feira, 7 de outubro de 2014

A maldição do segundo mandato


Se afinal Dilma Rousseff se mantiver mais quatro anos no poder, deverá responder a uma pergunta: Para quê?
 Franklin D. Roosevelt, o homem que impôs, graças a seus êxitos e às circunstâncias, a recuperação do espírito da Constituição dos Estados Unidos, limitando a dois os mandatos presidenciais, pôde e teve tempo, além de ajuda e uma guerra mundial, de cumprir seus programas. Desde então, os segundos mandatos são, quase sempre, uma esperança frustrada e frustrante.

Se afinal Dilma Rousseff se mantiver mais quatro anos no poder, deverá responder uma pergunta: Para quê? Depois de sua segunda vitória, Barack Obama consolidaria sua célebre reforma do sistema de saúde e empreender a reforma da imigração. A primeira fracassou por incompetência. A segunda não foi adiante porque o grande orador nunca soube que, em política, o importante é a capacidade de fazer acordos, embora seja com o Tea Party.

O previsível segundo mandato de Dilma não é o do êxito da igualdade de oportunidades do operário metalúrgico convertido em homem de Estado, mas o da governante que deverá – sem sequer propor um pacto com as novas realidades –, administrar as hipotecas de uma forma de fazer política baseada na corrupção e o clientelismo.

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