segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Dilma e o pacto com o diabo

 
Campanhas eleitorais costumam ser mais emoção do que razão. São sempre criticadas por não se aprofundar em temas urgentes, por abusar dos ataques e contra-ataques. Mas nunca antes na história deste país uma campanha foi tão infame e deseducadora. O retorno da presidente Dilma Rousseff à liderança isolada da disputa depois de artilharia intensa – tendo a mentira como principal arma – não deixa dúvidas. Corrobora com a maquiavélica tese do vale tudo, de se fazer o diabo.

Marina Silva foi bombardeada por Dilma e Aécio Neves. Mas até o capeta se assustou com a tática usada pelos petistas para desconstruí-la.

De uma hora para outra, a ex-ministra de Lula virou defensora do capital e dos banqueiros, companheira de tucanos neoliberais que querem aniquilar com as estatais, acabar com o Bolsa Família e com a CLT.

Vencida a primeira batalha, a campanha de Dilma tratou de proteger o flanco que poderia sangrá-la: a roubalheira na Petrobrás, que começou a ganhar forma e endereço com a delação premiada de Paulo Roberto Costa.

Especialistas em transformar os males que os afligem em virtudes, os petistas rapidamente produziram uma nova Dilma contra a corrupção. Não aquela Dilma-faxineira que chegou a fazer sucesso no primeiro ano de mandato e que sucumbiu. Outra personagem, desta vez encarnando a líder no combate à impunidade.


Há duas semanas, em todas as entrevistas e discursos – incluindo a fala eleitoral na abertura da Assembleia da ONU –, Dilma empunha a bandeira anticorrupção. Na sexta-feira, prometeu endurecer contra agentes públicos que prevaricam, além de reformar a Justiça e criar leis para facilitar a perda de bens adquiridos de forma ilícita.

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