quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Um drible do destino

O destino driblou as eleições brasileiras e a esperanças de muitos, mais do que se imagina. A morte do candidato Eduardo Campos enlutou politicamente uma região inteira – só em Pernambuco tinha uma aprovação recorde superior a 90%. Não era pouca coisa a que se destinava em sua corrida presidencial. 

Articulador nato e perito em compor aliados, Campos foi o diferencial na campanha, que agora volta ao cotidiano exaustivo do dilema entre PT e PSDB. O brasileiro perdeu uma grande chance, por culpa de um acidente aéreo, de contar com uma grande influência, mesmo perdendo as eleições, para agitar uma renovação política indispensável, quando é grande o desinteresse popular pelos rumos políticos.

Resta-nos retomar a bandalha politiqueira, que já era grande, monstruosa, com a incógnita da performance de Marina Silva. A saída de cena de Campos deixou o cenário eleitoral mais pobre do que parecia. Infelizmente o país ainda terá de conviver com essa miserabilidade política por mais tempo. Miserabilidade que já se vê com canalhas costumeiros se aproveitando do momento para crescer diante da morte do candidato. Um sinal de quanto há de podridão, crescida nos últimos anos, na política brasileira. 

Agora o eleitor vai tentar acertar, quase às cegas, em meio ao analfabetismo eleitoral e a sujeira politiqueira, os caminhos de renovação. Que o destino, desta vez, ajude.       

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