Em 1980, o brasileiro ganhava, em média, 79% mais do que o colombiano. Hoje, a diferença é só de 7%. Neste período, a Colômbia foi abalada por uma duríssima guerra contra o tráfico de drogas e o terrorismo.
Estes dois exemplos deixam claro pontos importantes. O Brasil não viveu apenas uma década perdida. Há quatro décadas nossa economia patina, com desempenho pior até mesmo que nossos vizinhos latino-americanos. Há duas gerações,somos um país submergente.
Além disso, ao contrário do que acham muitos, corrupção e violência não são os únicos problemas fundamentais brasileiros que, se resolvidos, garantirão o sucesso do País. Enfrentá-los, obviamente, é fundamental, mas sem encarar também outros problemas ao menos tão graves quanto, nosso futuro não irá mudar significativamente. Países com problemas de corrupção e violência tão graves ou piores que o Brasil tiveram desempenho econômico bem melhor. Fica claro que há outras áreas também muito importantes nas quais eles têm se saído melhor do que nós.
Sem reverter a incompetência na gestão da economia – que privilegia regulamentações como a recente suspensão do reajuste dos combustíveis, que parece ajudar, mas na realidade criará pobreza — e combater os que se apropriaram do Estado em busca de privilégios — como todos os que recebem benefícios previdenciários maiores que as contribuições que conseguem bancar –, o Brasil continuará condenado ao subdesenvolvimento.
Sem reduzirmos substancialmente o tamanho do Estado, seu peso sobre o setor privado e melhorarmos substancialmente nossa educação básica, em breve, nós brasileiros ficaremos para trás de praticamente todos nossos primos latino-americanos em termos de renda per capita. Chilenos, uruguaios, mexicanos e argentinos já ganham mais do que nós. Colombianos e peruanos devem nos ultrapassar nos próximos anos, paraguaios e equatorianos, na próxima década, assim como os bolivianos daqui menos de 20 anos, se mantidas as tendências. Inveja da Bolívia?! É este o futuro que queremos para nossos filhos e netos?
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