O coro das multidões decidiu sepultar em cova rasa ─ e já ─ o governo que pariu e amamentou a maior conjunção de crises de todos os tempos. O impeachment da presidente da República, constatou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, foi decretado nesta tarde. Resta ao Congresso descobrir que todo o poder emana do povo, e cumprir a ordem berrada em quase 500 pontos do território nacional:Fora Dilma! E chega de PT.
Lula teve de engolir, entre outros golpes no queixo, o entusiasmado endosso aos condutores da Operação Lava Jato. A sórdida campanha difamatória movida contra Sergio Moro foi silenciada pelos rugidos de solidariedade ao juiz sem medo. Centenas de milhares de vozes recomendaram a Lula que se prepare para trocar discurseiras de comício por depoimentos em tribunais ─ e, pelo andar da carruagem, o palanque pela cadeia.
Nada mais será como antes, atestam . A contemplação da Avenida Paulista curou o estrabismo dos doutores em miudezas políticas, que subitamente começaram a ver as coisas como as coisas são. O Datafolha segue promovendo amputações que mantêm a contagem de cabeças abaixo do milhão visível a olho nu, mas já ensaia o recuo. Por exemplo: dobrou a meta atingida em março de 2015.
Os degoladores de manifestantes também admitiram que, na hora do crepúsculo, foi enfim superado o recorde estabelecido na campanha das Diretas Já. Se não demitiram a sensatez e o instinto de sobrevivência, os cardeais do Legislativo e do Judiciário ficarão mais espertos. E farão com que tudo ande bem mais rapidamente.
Neste domingo, as vítimas da corrupção e da incompetência acordaram decididas a fazer História. Os embusteiros perderam o sono. O Brasil decente foi dormir feliz.
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