Quem está de fora, querendo, pode ver melhor. As lentes dos óculos ou das meninas-dos-olhos ficam mais límpidas. Os que seguem no picadeiro desse circo montado com o maior conforto em qualquer espaço onde seja possível amealhar algum dinheirinho, ainda apostam naquele perdão prometido aos que não sabem o que fazem.
Impressionante ver em cores nítidas como a rapaziada aprende rápido a se dar bem, sem temor de consequências. Foi-lhes ensinado que quanto mais processos criminais, melhor. O foro privilegiado faz desaguar todos para enxurrada que leva à prescrição, que consolida a impunidade.
Ouço muitos dizendo que depois da Lava a Jato não vai ter lugar para tantos criminosos que passando-se por políticos se aboletaram nas facilidades do clientelismo, do toma lá dá cá.
Ouvi no rádio que um Deputado do Maranhão, ou de sobrenome Maranhão, exigiu uma Vice Presidência da Caixa Econômica Federal para levar à votação um projeto de interesse do Governo. Antes, na votação do impeachment, um Senador, aliás, socialista, emplacou um apadrinhado na direção de um Banco estatal.
A que servem essas ocupações?
O monstro incorporado na desastrosa presidência da senhora Dilma restou vencido, não sem antes causar os maiores prejuízos à economia, à coesão social, enfim ao que resistiu no arcabouço institucional. A estratégia da tomada do Estado por prazo ilimitado pela via do aparelhamento dos três poderes não se completou a tempo e, por isso, não funcionou.
Remover agora os destroços do monstro que se mostrava imbatível e que agora jaz inerte sob o sol e a chuva na Praça dos Três Poderes não é tarefa para tão poucos patriotas nessa urgência que a realidade social e política impõem.
No Ministério da Agricultura,por exemplo, não era possível fechar contrato. Nem dar seguimento, a qualquer providência que dependa de alguma cópia em papel.
Sem receber o que fora contratado, a empresa prestadora dos serviços retirou todas as copiadoras e agora, já vencido o prazo do contrato, tudo está a depender de uma licitação.
Para economizar despesa com hotel em Tóquio, Temer preferiu viajar à noite. O fuso horário de 24 (vinte e quatro) horas atrasou a notícia.
No início da tarde de ontem a Polícia Federal prendeu Eduardo Cunha em Brasília. Desde a véspera ele já havia até arrumado a mala. No avião presidencial que voltava ao Brasil, passava da meia-noite. Temer dormia.
Na véspera, horas antes do Juiz Moro assinar a ordem mandando prender Cunha, estou uma rebelião num manicômio em Franco da Rocha, município de São Paulo. Alguns fugitivos foram capturados. 55 (cinquenta e cinco), não.
Edson Vidigal
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