quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O PT se perdeu



“No dia 26 vamos dar uma derrota em regra nos tucanos. Não vamos deixar nenhuma pena de tucano presa por aí. Vamos deixar elas espalhadas"
Dilma Rousseff

"De vez em quando, parece que estão agredindo a gente como os nazistas agrediam no tempo da Segunda Guerra Mundial"
Lula


Certo de que dar cacete é o melhor método para se conquistar votos, o PT errou a mão. Foi com tanta sede ao pote que se perdeu. Se enredou nas próprias pernas. Saiu disposto a só mostrar as mazelas dos outros. Esqueceu que está até o pescoço afundado em bosta.

A arregimentação de todos seus peões ministros aumentou a confusão. Com todos de “férias” para integrar o bonde da campanha – e o país desgovernado até com ministro demitido no cargo, o bate cabeça é geral. Cada uma “defesa” é um fogo amigo.

Um dos tiros da vez foi do eternizado Marco Aurélio Garcia, assessor presidencial há 12 anos. Em palestra, garantiu que Aécio Neves é igual a Hugo Chávez. Não caia na gargalhada, que o ministro falou sério e com convicção. Guarde o acesso de risada para o que nobre assessor desferiu depois: Ambos seriam controladores da mídia.

Garcia usou Chávez, o sempre amigo de Lula e Dilma, como um bicho papão? Com a campanha quente, apela-se para todos os santos. Ainda mais esse que virou passarinho, mas na Terra acertou com Lula a tramoia da refinaria Abreu e Lima, deixando a batata quente com a Petrobras. Belo exemplo de comparação. No mínimo, ridícula, coisa de gagá.

Deveria Garcia, com o fervor de puxa-saco, usar como exemplo algumas prefeituras petistas, exploradas pela pelegada, onde a mídia é controlada, comprada pelo governo do povo.

Mais estranho ainda na declaração é que quem vem falar de controle da mídia por Aécio e o PSDB é justamente o grande defensor lulista do marco regulatório da mídia, controle exercido pelos muy amigos governos Chavez-Maduro e Kirchner, que por sinal já revelaram seu medo de uma derrota de Dilma. Por que será?

Marco Aurélio entende muito do assunto defendido também por Franklin Martins e Ruy Falcão com unhas e dentes. Seria (ou será) o silenciamento da imprensa tão ao gosto do PT, que gestões municipais do partido já puseram em prática há seis anos, mesmo sem o projeto estar concluído no Congresso.

Municípios aplicam a lei do silêncio com retirada do ar de blogues “adversários”, financiamento de jornais digitais oficiosos, processos de calúnia contra jornalistas por expressarem opinião, criação de agremiações jornalísticas “oficiosas”, e até apelam para a pancadaria, como aconteceu recentemente quando um prefeito comandou pancadaria em jornalista que fazia a cobertura de evento petista.

O PT, por mais que critique os outros, aponte erros, não pode ficar incensado num altar, como uma vestal. É santo do pau oco. Se faz de bonzinho para poder aprontar. Político brasileiro tem que aprender que a única saída para o desenvolvimento será mais comprometimento com o país do que com os interesses partidários.

Há que se ficar atento, pois as pegadinhas que os governistas estão aprontando para cima da população não são mais do que balões de ensaio para que, se colarem, sejam eternizadas e eles entronizados de vez.   


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