Os movimentos do sistema político na última semana reforçam essa tendência: PMDB e PSDB já conversam abertamente sobre como viabilizar o pós-Dilma; Renan Calheiros, presidente do Senado, defende o “semiparlamentarismo”, reduzindo os poderes presidenciais; partidos como PSD, PP, PRB e PTB começam a se dividir desfavoravelmente ao governo; e o PMDB sinaliza que está muito próximo do desembarque.
No próprio PT há o entendimento de que Dilma não tem mais capacidade de reação. O ex-presidente Lula poderá ir para o Ministério com o objetivo de assumir o comando do país e tentar um último movimento. Seria uma opção desesperada que somente agravaria a precária situação.
Não bastassem os problemas políticos, o ambiente econômico segue em deterioração, contribuindo para ampliar a insatisfação popular com o governo e provocar novos protestos. O desempenho do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, desagrada, simultaneamente, a aliados e a adversários. Não existem boas notícias a caminho nesse campo.
As manifestações de domingo, 13, que reuniram mais de 3,5 milhões de brasileiros, tornaram mais evidente o destino do governo. São uma confirmação de que a presidente da República perdeu as ruas em um momento em que não controla nem a economia nem a política. Além de estar sob a mira da Operação Lava-Jato.
O mundo político, inclusive personalidades palacianas com quem conversamos, concorda que o governo exauriu as possibilidades de se tornar viável. Assim, o fim parece inevitável. E o impeachment já é considerado uma questão de tempo, mesmo para lideranças do Senado que até há pouco defendiam Dilma.
Com a decisão do Supremo sob o rito, que será tomada esta semana, inicia-se o processo que deverá retirar Dilma da Presidência. Não será uma marcha tranquila, conforme o processo de impeachment de Fernando Collor. Mas configura-se como inevitável.
O conteúdo e a intensidade das novas delações é que vão determinar a velocidade dos acontecimentos.
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