Falávamos da ópera "Tosca", cujo original, de Sardou, contém um amplo quadro das brigas da época, quando Napoleão, invadindo a Itália, libertava-a do absolutismo e da tirania. Notei que Zefirelli apreciava o Puccini de "Turandot" e "La Bohême", mas não se entusiasmava com a ópera em que um preso político é torturado para delatar um amigo subversivo.
Zefirelli ficou sério e resumiu seu pensamento: "A política é o Diabo!" Falou assim mesmo, o Diabo em maiúscula. Eu o entendi. Se o Diabo deixasse de existir, ou se nunca existiu realmente, tanto faz. Existe a política e todas as funções do Diabo podem ser cumpridas pela política.
Na luta pelo poder, no fogo cruzado e nem sempre leal das posições e contestações, coloca-se a política acima de qualquer outro valor, daí ser justo, em nome da causa, matar, difamar, roubar o adversário. Que nem é um adversário, mas um amigo que, em determinada questão, ousa pensar com a própria cabeça e discorda da maioria.
Sei que a luta de nosso tempo custou milhares de vítimas, mortas pela repressão. Mas sei também que tais vítimas foram mortas, física ou moralmente, pelos próprios companheiros da verdade ocasional. O chão político está coberto de cadáveres mutilados na luta pelo poder.
Lembro Agildo Barata, acusado de roubar o caixa do partido por não aceitar algumas teses de 1956. Foi moralmente assassinado pelos companheiros.
Acima dos partidos, acima das causas, é fácil ver o Diabo em pessoa, esfregando o rabo de raiva. Ele cria novas causas para que os homens continuem se devorando. Dilma e Cunha são exemplos.
Na luta pelo poder, no fogo cruzado e nem sempre leal das posições e contestações, coloca-se a política acima de qualquer outro valor, daí ser justo, em nome da causa, matar, difamar, roubar o adversário. Que nem é um adversário, mas um amigo que, em determinada questão, ousa pensar com a própria cabeça e discorda da maioria.
Sei que a luta de nosso tempo custou milhares de vítimas, mortas pela repressão. Mas sei também que tais vítimas foram mortas, física ou moralmente, pelos próprios companheiros da verdade ocasional. O chão político está coberto de cadáveres mutilados na luta pelo poder.
Lembro Agildo Barata, acusado de roubar o caixa do partido por não aceitar algumas teses de 1956. Foi moralmente assassinado pelos companheiros.
Acima dos partidos, acima das causas, é fácil ver o Diabo em pessoa, esfregando o rabo de raiva. Ele cria novas causas para que os homens continuem se devorando. Dilma e Cunha são exemplos.
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