A indagação é se o exercício da função pública vale tanto. Manter afastada a sociedade em vez de integrar-se nela exprime a maior das contradições a que são obrigados para preservar a própria sobrevivência,senão política, que já não existe, ao menos a física. Tudo ao redor deles é artificial. Estão colhendo o que plantaram. Num exemplo: por antecipação, sofrem com o comparecimento à inauguração e ao encerramento das Olimpíadas do próximo ano. E a qualquer outra festa popular, religiosa ou patriótica. Comparecer a comícios, andar pelas ruas, frequentar restaurantes ou olhar o comércio, nem pensar.
Este longo preâmbulo se faz a propósito das incertezas da prática política. Não faz muito, apenas um ano, Dilma era reeleita com 35 milhões de votos, aplaudida onde aparecesse. Cunha entrava sob palmas e exortações de apoio toda vez que assumia a presidência das sessões da Câmara. O diabo, no caso do deputado, é que há muito já era o vigarista especializado em negócios escusos, assaltos à Petrobras e aplicação de dezenas de milhões em contas secretas na Suíça. Quanto à presidente da República, quem duvida de que desde o primeiro mandato sabia e tolerava a roubalheira incrustada ao seu redor? Tanto faz se pela ação dele ou pela inação dela o país mergulhou no despenhadeiro. A rejeição atingiu os dois. Aliás, atinge muito mais gente.
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