quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Era previsível: o PT atropela o TSE

Surpresa não há: o PT resolveu ignorar as sucessivas decisões de ministros do TSE contrárias ao partido. Elas determinam o simples: que o partido se abstenha de manter Lula como candidato na propaganda de TV e de rádio. Estipulam multa de até R$ 500 mil.

O PT age assim porque pode. Porque está acostumado a descumprir as leis eleitorais sem receber qualquer punição. E porque seus dirigentes enxergam a campanha atual como um processo de enfrentamento direto com as instituições que administram as eleições. Para o partido, a Justiça – o Judiciário – é mais um inimigo a ser abatido. Virou um obstáculo aos planos da sigla de retomar o poder.


A falta de punição vem de longe. Desde o mensalão, o PT – assim como outros partidos – engajou-se em práticas criminosas, envolvendo até as contas eleitorais da legenda. Houve fraudes, lavagem de dinheiro, corrupção. Tudo isso desde a campanha presidencial de 2002. Os crimes prosseguiram; a leniência da Justiça, também.

O resultado está à mostra. O PT só cumprirá determinações judiciais se a Justiça – em especial a Eleitoral – punir o partido com os rigores que a lei prevê. Ou, vá lá, algum rigor que seja.

Mesmo que os ministros do TSE sejam firmes, como não foram ao final da sessão da última sexta, o PT atacará politicamente qualquer decisão judicial que atrapalhe seus planos de voltar à Presidência da República.

O PT, portanto, segue em sua estratégia de guerrilha, buscando vitórias onde quer que elas estejam, de qualquer maneira possível, sem respeito algum às instituições do Estado Democrático de Direito. É uma estratégia que dá certo. Os inimigos do PT – queiram eles ou não ser considerados como inimigos – estão na Justiça. Quanto mais esses inimigos vacilarem, hesitarem, mais o partido, como de hábito, tripudiará. Prevalecerá.

A maioria dos ministros do TSE ainda não entenderam isso. Não compreenderam que o PT fará de tudo – tudo – para voltar ao Planalto. O que inclui subtrair a legitimidade e a autoridade de quem quer que seja. Até de ministros da Suprema Corte.

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