segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Quem abrirá os trabalhos?


Pode o Governo, o Congresso e o Judiciário chegar a alguma solução, plano ou programa capazes não tanto de tirar o Brasil da crise, mas de apontar uma longínqua saída? Desde antes da reeleição da Dilma que alguém estudava algum mecanismo para conter o desemprego? Todos se davam conta dos números decrescentes mas não perceberam a necessidade de uma recuperação, de uma volta por cima. Estava na cara verificar o monte de operários, agricultores, comerciários, professores, servidores públicos e terceirizados diariamente postos da rua, mas imaginava-se que logo viria a contrapartida. Ou o PT não acabava de sair vitorioso pela quarta vez?

Por conta da inação geral, o mergulho permaneceu e ampliou-se. No fundo do poço ainda não estamos, mas falta pouco. De nada adiantam o aumento de impostos, taxas e tarifas, a elevação do custo de vida, a deterioração dos serviços, a saúde posta em frangalhos, a reforma da Previdência Social, a desindexação entre preços e salários e tudo o mais que o governo engendra sob a perplexidade de um país amorfo, insosso e inodoro.

Falta unidade ao setor financeiro, tanto quanto à indústria e ao comércio. Dos serviços, nem se fala, com os transportes públicos à frente. Os sindicalistas bancam o avestruz, enfiando a cabeça na areia em meio à tempestade. Os militares sustentam não ser chamados, muito pelo contrário. O mundo da juventude é outro, quem sabe outro seja o nosso, mas tanto faz. As igrejas, quando não em guerra, optam pela supremacia de cada credo ou dogma como a verdade absoluta a que todos devem submeter-se. As ideologias não buscam pontes, senão despenhadeiros.

A projeção de cada família transformou-se em pequena aldeia, tornou-se o retrato da mesma região conflagrada, na medida onde nela ninguém se entende. Imagine-se os países, as ilhas, os continentes.

Ou a Humanidade desperta ou desaparece. Começou a surgir na internet um estranha convocação. Não há ordem alfabética, até porque nenhum grupo respeita o outro, mas todos se propõem a uma reunião universal : o Padre Eterno, o Espírito Santo, Cristo, Jehová, Alá, Júpiter, Zeus, Tupã, Thor, Isis, Osiris e mais duzentos e quinquenta mil deuses aceitaram. Há mil anos discutem quem abrirá os trabalhos…

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