O soneto se refere ao governo de Arthur Bernardes (de 15.11.1922 a 15.11.1926) ou Washington Luís (de 15.11.1926 a 15.11.1930):
“Este país vai todo em polvorosa.
A anarquia por toda parte impera.
A lei sucumbe, inerente e dolorosa.
A tirania, estúpida, prospera.
Da traição medra a planta venenosa,
a semente dos ódios prolifera,
a dilapidação campeia e goza
das vacas gordas a ditosa era…
As eleições são conto do vigário,
couro e cabelo tira-nos o erário,
geme a lavoura, os bancos não têm fundos…
Mas, para consolar-nos desse inferno,
brevemente, a mensagem do governo
dirá que estamos no melhor dos mundos.
O que flagrou o poeta há 90 anos é quase nada diante do que vivemos hoje – o completo abastardamento da política brasileira. Uma calamidade!
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