segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fifa ocupou o noticiário. Dilma até sentiu um certo alívio mas...

Reprodução/TV Record

Desde a eleição, no final de outubro, a presidente Dilma Rousseff não tinha um fim de semana como este. No sábado, as manchetes sobre a corrupção na Fifa ocuparam a maior parte do noticiário, deixando para segundo plano o noticiário a Operação Lava Jato, a crise econômica e a derrocada do governo e do PT.

Animada com o desvio de rota dos jornalistas, no sábado a presidente conseguiu até concretizar a mais nova obra da criatividade do marqueteiro João Santana, que sugeriu a compra de uma bicicleta, para que a chefe do governo pudesse dar uma circulada em público e tentasse desmoralizar a ação penal do PSDB, que é baseada justamente nas pedaladas contábeis que o governo tem usado para maquiar contas públicas.

Acontece que a crise é grave demais e este tipo de promoção acaba não tendo efeito algum, porque a realidade pode ser muito mais criativa do que qualquer marqueteiro poderia supor. Além disso, o momento atual do país não está mesmo para brincadeiras.

Assim, enquanto Dilma se exibia em plena rua, pedalando com dois seguranças nas cercanias do Palácio Alvorada, surgiam na internet comentários sobre a nova pesquisa encomendada pelo Planalto, registrando que a aprovação do governo federal, pela primeira vez, caiu abaixo dos dez pontos percentuais, despencando para um dígito.

Quer dizer, Dilma até conseguiu se equilibrar na bicicleta, mas teve de cair na real quando soube da pesquisa, divulgada pelo repórter global Gérson Camarotti.

No mesmo sábado, surgiu outra informação muito grave, publicada pelos jornalistas Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo, do Estadão, dando conta de que a força-tarefa da Operação Lava Jato investiga se os pagamentos das empreiteiras WTorre e Engevix por consultorias dos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, entre 2007 e 2012, serviram para ocultar propinas do esquema de cartel e corrupção na Petrobras, em contratos do pré-sal.

O fato é que investigadores da Lava Jato encontraram indícios de desvios de recursos da Petrobras na construção do Estaleiro Rio Grande (RS), iniciada em 2006, e nos contratos fechados para produção de cascos de plataformas e sondas de exploração de petróleo, no local, a partir de 2010.

Para acabar de vez com a alegria no Alvorada, também no sábado foram divulgados os detalhes da operação de busca e apreensão no apartamento usado pela primeira-dama de Minas Gerais, a jornalista Carolina Oliveira, recém-casada com o governador Fernando Pimentel, um dos amigos mais próximos de Dilma.

A presidente não sabia das ligações perigosas de Pimentel com o empresário corrupto Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené. Eram relações tão íntimas que em março de 2014, quando Carolina e Pimentel viajaram a Punta Del Este, no Uruguai, para uma espécie de “lua de mel” antes do início da campanha, Bené estava com eles no avião particular, tipo diga-me com que quem andas que te direi quem és.

E assim o fim de semana de Dilma, que começara aparentemente tão bem, terminou desastradamente.

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