Essa ordem celibatária, composta de monges guerreiros cristãos, pelas regras severas no limite do desprezo da dor física que adotavam, se transformou numa força transnacional poderosa como nenhuma outra. Seus adeptos tinham na ilha de Malta e em Rodes seus centros e bases de apoio, construídos na época das cruzadas para reconquistar Jerusalém e o Santo Sepulcro. Ainda hoje em Rodes existe o castelo da ordem, transformado em museu, que guarda a história e os brasões dos grandes mestres templários.
A ordem foi fundada em Jerusalém, em 1118, por oito cavaleiros (daí a lenda da Mesa Redonda) e passou em seguida a herdar de seus membros, que provinham de famílias abastadas da Europa, verdadeiras fortunas.
O tesouro da ordem também contava com o butim das conquistas em terras de infiéis. A riqueza deu origem a uma espécie de Banco Central do mundo ocidental, com sedes por todo lado e controle do mar Mediterrâneo. Os pagamentos e financiamentos passaram a ser apanágio da ordem. Poder acima do poder, maior que das endividadas famílias reais (dinastias merovíngias) da Europa; assim, a ordem, depois de dois séculos de expansão, trombou, no início do século XIV, com o rei da França, Felipe IV, o Belo.
Com o prestígio minguando e para restaurar o domínio em grande parte cedido aos templários banqueiros (e dar, assim, um calote na ordem), as realezas europeias, orquestradas por Felipe IV, pelo fraco papa Clemente V e por Guilherme de Nogaret (mentor da trama), fizeram chegar, bem em cima da hora, a mesma “ordem” escrita para prender, em qualquer país, e matar, na primeira hora de sexta-feira de 13 de outubro de 1307, os templários. Deu-se assim um extermínio no mundo ocidental já nas primeiras horas da sexta maldita. O plano, salvo algumas exceções, correu à risca; o grande mestre da ordem Jacques de Molay foi rendido e preso.
Depois de sete anos de masmorra, Jacques de Molay foi executado ardendo no fogo no dia 14 de março de 1314. Assim que a fogueira foi atiçada, ele teria desferido uma maldição aos inimigos pedindo que no mesmo ano todos fossem levados ao inferno sofrendo horrores.
Coincidência ou não, o papa Clemente V expirou em 20 de abril por doença intestinal; Felipe, apesar de Belo, caiu do cavalo, e um javali o rasgou, arrastando suas entranhas, em 29 de novembro; e Nogaret encontrou seu fim, por doença, exatamente no dia 31 de dezembro de 1314.
Os templários que escaparam da conspiração se organizaram em seitas, deixando de ser guerreiros e continuando a se vangloriar de depositários do Santo Gral e de outras façanhas do rei Salomão. Teriam originado a Ordem dos Cavaleiros de Malta, dos rosa-cruzes, dos Illuminati di Baviera, que até hoje emergem hora ou outra como manobristas da ordem mundial.
O número 13 ficou na história e na superstição; mesmo sem ser associado à sexta-feira, restou como número de má sorte, mas, para alguns, o número seria o contrário, de sorte. Ainda contra ele pesa o número de participantes da Santa Ceia, 12 apóstolos e o Mestre.
Ao se escolher o 13, se enfrenta sempre o dilema, hamletiano: bom ou ruim? Em alguns países o número 13 foi varrido como andar de prédios, como número de rua, e, se numa mesa sentam-se 13, mais um tem que ser chamado.
O próximo dia 13 será um dia decisivo para medir a capacidade de enfrentar a onda do impeachment, que depois de um recuo volta com força, aumentada pela recessão e pelo desemprego, a bater às portas do Planalto.
Lula, acossado como nunca, desceu do trono da popularidade e disputa agora o papel que lhe resta, de mito, para não passar por aquele de vilão. Sairá destruído ou fortalecido.
Resta o fato de que no Brasil a produção em qualquer setor (exceção para a agricultura) vem despencando verticalmente, fazendo empresas fecharem as portas, despejando multidões de desempregados. O governo enfrenta uma rejeição nunca registrada antes.
No horizonte e no Planalto não se enxerga algo que possa servir de freio à queda livre, e, sobretudo, dar sinal de controlar a confusão instalada na política e na economia, devastando as esperanças no Brasil e o conceito lá fora.
O Brasil precisa deixar para trás a insegurança, tem o dever de crescer, desenvolver, dar soluções às demandas de 200 milhões de brasileiros.
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