O Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, tirou a máscara de vez e se assumiu como Ministro da Justiça do Governo do PT – do quarto governo petista consecutivo, num total de 16 anos a se completarem em 2018.
Ao ser perguntado, ontem, se as investigações relacionadas a Lula tentam atingir a imagem do ex-presidente, ele respondeu:
- Acho que setores da oposição, visivelmente, querem isso. Já há algum tempo em que procuram, a cada passo, atingir o presidente Lula porque reconhecem nele o grande líder que desafia os projetos políticos da oposição. Não tenho a menor dúvida que muitos da oposição se unificam nesta hora para tentar atingir a imagem de um adversário que, politicamente, é muito forte e muito respeitado.
Vejam bem: ele não disse que as investigações da Polícia Federal, autorizadas pela Justiça, pretendem atingir a imagem de Lula. Disse que a oposição, “visivelmente”, quer isso. Mas também não ressaltou, como deveria, que a Polícia Federal, subordinada por ele, pode investigá-lo mediante ordens da Justiça.
Se Cardozo faz questão de se apresentar com dois barretes ao mesmo tempo, o de Ministro da Justiça do Brasil e o de Ministro da Justiça do Governo do PT, poderia ter dito o que disse, e ressaltado, em seguida, que as investigações que têm Lula como alvo são legítimas. Porque legítimas são, ele sabe disso e já o reconheceu de outras vezes.
Preferiu desta, no entanto, usar o barrete de Ministro da Justiça do PT desprezando o outro. A dupla militância de Cardozo tem se acentuado desde que Lula passou a cobrar sua cabeça à presidente Dilma Rousseff. Desde os primórdios do PT que Cardozo e Lula não são amigos, no máximo aliados de ocasião.
Cardozo deve estar se sentindo pressionado a fazer concessões que só servem para desmerecer sua biografia de bom advogado e de servidor da lei. Ministros de Estado, como o próprio título sugere, são ministros de Estado. Não são ministros de partidos. Isso é tanto mais aplicável quando se trata de um Ministro da Justiça.
Em reuniões partidárias, não se espera que um ministro se comporte como um dissidente, alheio aos interesses e à orientação do seu partido. Mas não em ocasiões em que fala como ministro de Estado.
Cardozo rendeu-se ao discurso do PT que aponta a oposição como interessada em destruir a imagem de Lula, como no passado o PT tentou destruir a imagem de todos os presidentes aos quais se opôs. Quando sabe que a oposição jamais poderia ser bem-sucedida na tarefa se as investigações da Polícia Federal e as decisões da Justiça não lhe dessem razões para isso.
A morte do mito Lula, se ela de fato vier a ocorrer um dia, não se deverá à ação da oposição, por sinal muito ruim de serviço. Na verdade, ela estará mais para suicídio do que para assassinato.
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