quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Lula, aspirante a ditador


Se Dilma trocará Joaquim Levy no Ministério da Fazenda por Henrique Meirelles? Não sei. A essa altura, imagino que nem mesmo ela saiba.

Só sei que Lula, padrinho da eventual mudança, insistirá na troca. Bem como insistirá em que Dilma troque José Eduardo Cardozo por qualquer outro nome no Ministério da Justiça.

Por quê?

Ora. No caso de Levy, Lula ainda tem a desculpa de que ele só fala em arrocho da economia. Que não representa uma esperança. E que está errado ao não estimular a volta do consumo.

Enfim: que toda a política econômica de Levy é um equívoco. E que a persistir assim, o PT perderá as eleições do próximo ano. E, seguramente, a eleição presidencial de 2018.

No caso de Cardozo, por mais que tente, Lula não tem como esconder seus interesses pessoais em jogo.

Cardozo tem que sair do governo porque ele não manda ou não quer mandar na Polícia Federal e no Ministério Público. E os dois ameaçam Lula com suas investigações, e também a família dele.

Lula ficou riquinho da silva. E seus talentosos filhos igualmente.

A substituição de Levy também deixaria Lula mais tranquilo se o sucessor dele passasse a mandar na Receita Federal.

Pois é: assim como a Polícia Federal e o Ministério Público, a Receita Federal está indo para cima dos ganhos de Lula e de sua família em negócios com empreiteiras.

Somente entre 2011 e 2014, Lula declarou ganhos de 27 milhões de reais como palestrante de empreiteiras beneficiadas pelos seus dois governos. Sabe como é: uma mão lava a outra.

A mão que Lula ofereceu está sendo lavada pelas empreiteiras envolvidas na roubalheira na Petrobras.

Acuada pela oposição, tratada com má vontade pelo PT, só restou a Dilma, com medo do impeachment, entregar-se a Lula. Ou melhor: entregar o governo.

A recente reforma ministerial não foi obra de Dilma, mas de Lula. Só que ela está inacabada.

Lula pouco se lixa para o que é melhor ou pior para o país. O que ele mais quer é escapar da Lava-Jato e ser candidato a presidente em 2018.

A presidente, não. A ditador.

Porque se ele chama Dilma de fraca por não interferir nas ações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Receita Federal é porque ele, presidente, interferiria, sim.

A polícia, o ministério e a receita não são órgãos de governo sujeitos às vontades do presidente ocasional. São órgãos do Estado.

Mas isso nada vale para Lula. Deveriam se comportar como quer o presidente. E assim será se ele suceder Dilma.

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