Neste final de 2024, o mundo se pergunta o mesmo em relação ao presidente americano eleito. Até que ponto, em um segundo mandato, Donald Trump utilizará o poderio econômico e militar dos EUA em favor da Nação, ou do seu projeto particular. Afinal, o narciso de Trump hospeda aquelas distrações terrenas que constituem o fetiche da política (com “p” minúsculo).
O que não quer dizer que ele seja incapaz de interpretar a conjuntura interna e a cena internacional, ou de enxergar as ameaças e oportunidades oferecidas pela geopolítica e pelos mercados. Muito pelo contrário, ninguém chega à Casa Branca duas vezes por ser bobo.
Sendo assim, Trump e seu braço direito Musk certamente sabem que a c
apacidade industrial americana, somada às recentes descobertas de petróleo e gás de xisto na América do Norte, trazem uma tranquilidade ao Tio Sam com relação ao que se pode chamar de Espaço Vital da nação. Inclua-se aí a vasta disponibilidade de terras habitáveis e agricultáveis, abundância de hidrovias fluviais de baixo custo, acesso a dois oceanos e a juventude da população estadunidense.
Trump sabe que se os Estados Unidos quiserem (e eles querem) continuar sendo a potência líder global, precisarão rearrumar o tabuleiro geopolítico. O resto do mundo também já sabe disso. Aos 45 minutos do segundo tempo, Biden já é página virada do folhetim internacional.
Quem resume bem esse cenário é o analista Niall Ferguson, no seu artigo “A Mudança da Vibração Global” (The Free Press, 2024): “O eleitorado americano reelege decisivamente Donald Trump. Consequência: o governo alemão cai, o governo francês cai, o presidente sul-coreano declara lei marcial, Bashar al-Assad foge da Síria. Há uma reação em cadeia econômica também: Bitcoin sobe, o dólar sobe, ações americanas sobem, Tesla sobe. Enquanto isso, a moeda russa enfraquece, a China afunda ainda mais na deflação e a economia do Irã cambaleia. Parece que Trump já é presidente”.
Ferguson fecha a tampa do ataúde da velha ordem, concluindo: “A mudança de vibração na cultura é sobre o modo fundador versus os comitês de diversidade e inclusão; a mudança global é sobre paz através da força versus a ordem internacional liberal em desintegração. Agora é O Papai Chegou”.
O inusitado governo Trump-Musk, armado com novos computadores quânticos (e velhos mísseis), sabe também que os EUA têm que correr contra as mudanças climáticas que podem bagunçar a geopolítica (e os negócios). Também sabe que, como diziam os antigos russos, você pode transformar um aquário numa sopa de peixe, mas o contrário é impossível.
Segundo o consultor geopolítico da CIA Peter Zeihan (O Fim do Mundo É Só o Começo – 2022), essas “vantagens geográficas estratégicas” permitem que o governo americano reduza sua presença direta em crises regionais mundo afora, que foi indispensável durante a Guerra Fria. Não era à toa que ainda em 2013 Obama já dizia que os EUA não seriam mais a “polícia do mundo”.
Trump sabe que se os Estados Unidos quiserem (e eles querem) continuar sendo a potência líder global, precisarão rearrumar o tabuleiro geopolítico. O resto do mundo também já sabe disso. Aos 45 minutos do segundo tempo, Biden já é página virada do folhetim internacional.
Quem resume bem esse cenário é o analista Niall Ferguson, no seu artigo “A Mudança da Vibração Global” (The Free Press, 2024): “O eleitorado americano reelege decisivamente Donald Trump. Consequência: o governo alemão cai, o governo francês cai, o presidente sul-coreano declara lei marcial, Bashar al-Assad foge da Síria. Há uma reação em cadeia econômica também: Bitcoin sobe, o dólar sobe, ações americanas sobem, Tesla sobe. Enquanto isso, a moeda russa enfraquece, a China afunda ainda mais na deflação e a economia do Irã cambaleia. Parece que Trump já é presidente”.
Ferguson fecha a tampa do ataúde da velha ordem, concluindo: “A mudança de vibração na cultura é sobre o modo fundador versus os comitês de diversidade e inclusão; a mudança global é sobre paz através da força versus a ordem internacional liberal em desintegração. Agora é O Papai Chegou”.
O inusitado governo Trump-Musk, armado com novos computadores quânticos (e velhos mísseis), sabe também que os EUA têm que correr contra as mudanças climáticas que podem bagunçar a geopolítica (e os negócios). Também sabe que, como diziam os antigos russos, você pode transformar um aquário numa sopa de peixe, mas o contrário é impossível.
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