sexta-feira, 25 de março de 2022

A Rússia é um gigante com pés de barro

O exército russo admitiu ter perdido 1.351 soldados na guerra da Ucrânia. Perdeu bem mais: há uma semana, fontes do Pentágono disseram ao New York Times que as baixas chegavam a 7 mil. Ainda que o número de Moscou fosse o correto, isso daria uma média de 45 militares mortos por dia. É um desastre completo. Para se ter uma ideia, em 10 anos de guerra no Afeganistão — guerra perdida –, os russos perderam 15.000 soldados, uma média de 4 soldados por dia.

Vladimir Putin é um açougueiro de carne humana que está usando a juventude russa como bucha de canhão, numa guerra sem justificativa nenhuma, que não os delírios de grandeza de um homem que tem na estatura física o exato espelho da sua estatura moral. É uma guerra perdida, como mostram o recuo das tropas invasoras no cerco a Kiev e a resistência que se mantém forte em todas as áreas castigadas por bombardeios que aterrorizam e matam civis, em total desrespeito às convenções que regem as guerras. Em Mariupol, cidade mártir que teve 90% da sua área devastada por mísseis russos (foto) e hoje parece Dresden, destruída na Segunda Guerra Mundial, 100 mil ucranianos são reféns dos russos. Estima-se que 300 pessoas tenham morrido no bombardeio a um teatro da cidade. Moscou diz que o governo da Ucrânia está usando civis como escudos humanos, mas é mentira deslavada.

O carniceiro do Kremlin está destruindo uma geração inteira, nos dois lados da fronteira, com uma guerra insana, criminosa e desonrosa em todos os sentidos. Com um mês de guerra, o número de baixas do exército russo é insustentável. A Ucrânia será o atoleiro da megalomania de Vladimir Putin, que está mostrando ao mundo que a Rússia é um gigante com pés de barro na guerra convencional. Mas o seu arsenal atômico permanece ameaçador. Os russos precisam urgentemente impedir Vladimir Putin de apertar o botão nuclear, a pretexto de defender a própria existência do seu país, como disse o seu porta-voz, Dimitri Peskov, outro oligarca vigarista que dá expediente no Kremlin, em entrevista a Christiane Amanpour. Seria a mentira mais letal de todos os tempos. Talvez a última.

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