domingo, 1 de março de 2020

Com toda certeza, Bolsonaro não se adaptou ao cargo de presidente da República

Infelizmente, Jair Bolsonaro demonstra ser do tipo autocarburante, que pega fogo sozinho, nem precisa de acender o fósforo. Talvez alguma dia, quando já estiver fora do poder, ele descubra a sabedoria que existe no fato de ficar calado. Pelo menos, de vez em quando. Por que acusar a jornalista Vera Magalhães de mentir, quando todos sabem que ela estava dizendo a verdade?

Nesse episódio decepcionante, quem mentiu, ao vivo e a cores, foi o próprio chefe do governo, ao inventar que os vídeos que ele transmitira à sua rede de WhatsApp tinham sido editados em 2015.

A jornalista do Estadão desmentiu o presidente com a maior facilidade. Logo após a transmissão das declarações do presidente, Vera Magalhães postou a sequência de vídeos que Bolsonaro enviara por WhatsApp na terça-feira de carnaval, dia 25.

O primeiro vídeo mostra que o presidente está andando de moto no Guarujá, onde passou o carnaval. O segundo é convoca para manifestações, e não foi produzida em 2015, porque nele constam fatos ocorridos em 2018, como a facada que feriu Bolsonaro. E o terceiro vídeo, também produzido por grupos manifestantes, traz imagens do dia da posse de Bolsonaro e, portanto, também não foi produzido em 2015.

É triste ver o presidente da República sendo desmentido em assunto de tamanha importância. Exibe um comportamento vulgar, que deveria ser evitado a todo custo pelo chefe do governo. Com toda certeza, não se adaptou ao cargo de presidente da República.

Mas Bolsonaro nem liga para isso, porque está sempre fazendo campanha, sua intenção é de agradar aos eleitores e se reeleger, mesmo que o resultado principal seja a radicalização extremada e a ameaça às instituições.

Acredito que, na difícil fase em que se encontra, o país necessita de paz e clima de tranquilidade, para que o governo leve adiante as reformas, embora eu não acredite muito nelas. Há uma proposta no Congresso, chamada de Emenda Emergencial, que vai tirar 25% do salário dos servidores.

Posso estar errado, mas os funcionários atingidos serão os de sempre, ficando preservados os salários da alta nomenklatura dos três Poderes, exatamente como ocorreu com a reforma da Previdência, que preservou as altas aposentadorias, a pretexto de preservar direitos adquiridos.

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