O PT não dispõe de um plano alternativo. Líder messiânico e único, Lula arrasta o partido e seus devotos junto com ele para o banco dos réus. Faz isso sem levar em conta que ajuda a afundar a legenda que fundou.
Os estrategistas do petismo não tiveram nem a possibilidade de analisar um plano de contingência. Já intuíam que Sérgio Moro converteria em ação penal a denúncia em que a força-tarefa de Curitiba acusou Lula de receber R$ 3,7 milhões em benefícios ilegais da OAS. Mas faltava-lhes material humano para esboçar uma tática alternativa.
Rendido às conveniências de Lula, o PT vê-se compelido a improvisar um Plano B, que consiste basicamente em levar o Plano A às suas últimas (in)consequências: desqualificar a gestão Temer e acusar as autoridades da Lava Jato de conspiração para arrancar Lula da urna eletrônica de 2018.
Como que antevendo o veneno, Sérgio Moro já inoculou o antídoto no despacho em que fez de Lula um réu. Disse não ignorar que, “entre os acusados, encontra-se ex-presidente da República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento podem dar azo a celeumas de toda a espécie.''
Moro acrescentou: ''Tais celeumas, porém, ocorrem fora do processo. Dentro, o que se espera é observância estrita do devido processo legal, independentemente do cargo outrora ocupado pelo acusado.''
O que o juiz da Lava Jato escreveu, com outras palavras, foi o seguinte: ''Nos autos da Lava Jato, Lula é um cidadão comum. A pose de vítima não tem serventia jurídica. O réu e seus advogados terão de providenciar explicações convincentes, capazes de refutar as acusações da Procuradoria.'' Do contrário, o morubixaba do PT será condenado. Se a condenação for confirmada em segunda instância, Lula será candidato ao xadrez, não ao Planalto.
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