quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Está evidente que já não vale mais a pena ser petista

Houve época em que ser petista era motivo de orgulho, os militantes andavam com o botton da estrela vermelha na lapela. Para ser aceito no partido exigia-se que a ficha de filiação fosse abonada por algum dirigente, acreditava-se que estaria surgindo um partido diferente e renovador, destinado a transformar o Brasil num outro país, com mais justiça social e melhor distribuição de renda. Era um partido realmente novo, formado por sindicalistas e intelectuais, com grande penetração entre os funcionários públicos, os professores e os clérigos da Igreja Católica. Com este perfil, foi entusiasmando a juventude, que sempre é politicamente avançada e defende mudanças sociais.

Como dizia o genial compositor Belchior, os ídolos ainda são os mesmos, mas as aparências não enganam mais. Agora, passados 35 anos da fundação do partido e com 13 anos de exercício do poder, o PT enfrenta uma decadência humilhante e constrangedora. Sua imagem é cada vez mais deteriorada, as denúncias de corrupção se multiplicam e atingem as principais lideranças, a derrocada é inevitável, tornou-se apenas uma questão de tempo e vai ser acelerada pelos resultados das eleições municipais do ano que vem.

Nas gestões corrompidas de Lula e Dilma, ser petista de prestígio transformou-se em meio de vida. O maior exemplo é José Dirceu, que foi demitido da Casa Civil e teve cassado o mandato parlamentar, mas criou logo uma consultoria e enriqueceu meteoricamente, na via do tráfico de influência aceito e consentido pelo governo.

Seu exemplo deu frutos e foi seguido por outros dirigentes petistas, que também se tornaram enriquecidos “consultores”, como Antonio Palloci, Fernando Pimentel, Erenice Guerra e Delúbio Soares, que opera exclusivamente com a prefeitura petista de Goiânia. Recentemente, o ex-ministro Guido Mantega tomou o mesmo caminho, mas chegou muito tarde, quando a fonte está secando e as investigações sobre tráfico de influência já envolvem Palloci, Pimentel e Erenice.

É claro que no PT ainda existem pessoas idealistas e que não se contaminaram com a corrupção institucionalizada. Mas cedo ou mais tarde, terão de deixar o partido. Entre outros, podem ser citados os senadores Walter Pinheiro e Paulo Paim, o ministro Patrus Ananias, o deputado Nilmário Miranda, o ex-governador Olivio Dutra e o ex-senador Eduardo Suplicy.

São pessoas do bem, é preciso ressalvar, mas também começam a sofrer constrangimentos apenas pelo fato de serem petistas. Em São Paulo, Suplicy já foi ofendido publicamente. Em Belo Horizonte, na semana passada, foi a vez de Patrus, hostilizado num restaurante.

Chegou a hora dessas pessoas do bem se interrogarem se vale mesmo a pena continuar sendo petistas e se tornarem indesejáveis no convívio social, como já acontece com o ex-ministro Guido Mantega e com a própria presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Lula, que estão obrigados a viver reclusos. Ser petista hoje é uma mancha no currículo e no caráter. Isto é um fato, não pode ser contestado.

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