sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Orgulho militar virou alegoria

Alunos de escolas em cidades se orgulhavam, em décadas passadas, de ir às ruas para desfilar no 7 de setembro. Isso sem falar nos militares engalanados para os desfiles nas capitais com transmissão pelo rádio, e depois no início da televisão. Diante de familiares e amigos eram apontados e reconhecidos com respeito. As marchas militares eram reconhecidas por uns e outros. E as bandas faziam sucesso como a apresentação do Corpo de Fuzileiros Navais formando uma âncora no asfalto da avenida Presidente Vargas, no Rio. Duas, e duras, horas de desfile para crianças e mesmo adultos se sentirem uma pátria. Mas isso é apenas uma fotografia na parede. Como aqueles militares.

Os tempos mudaram e agora o que mais se fala é em marcha pontuais de policiais militares em saudação ao presidente de plantão. As Forças Armadas, aquelas de que se falava no início, estão apenas na história. Hoje generais e coronéis almejam e vicejam em cargos públicos, participam de motociatas ou de desfiles chinfrins de cunho meramente promocional do "Comandante" Jair.


Disposto a pôr 'seu" bloco na rua, conta em fazer desfilar a Polícia Militar da reserva ou da ativa e criar um 7 de Setembro eleitoreiro de conflito e decorativo tipicamente para-militar que não representa Pátria, da qual se diz orgulhar. É milicianismo no estilo chavista, que enche as ruas de motocicletas com milicianos armados de fuzil na garupa. O 7 de Setembro bolsonarista agora é programa de auditório, deixou de ser data nacional.

Será mais uma demonstração, particularmente para as Forças Armadas, que o ex-tenente afastado do Exército continua a ser o mesmo mau militar, que adora colocar o Exército de bermudas e as Forças Armadas no bridão. E muitos ainda batem continência para o "comandante". Sinais não de novos tempos, mas de um país carnavalesco e ridículo que virou piada no exterior. Inclusive na Venezuela.
Luiz Gadelha

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