Temer, porém, apanha dos próprios aliados. De uns porque acatou a recomendação do Banco Central de afastar quatro vice-presidentes da Caixa Econômica. De outros porque demorou a afastá-los. De outros ainda porque não afastou de uma vez os 12 vice-presidentes.
Sim, a Caixa tem um presidente e 12 vice-presidentes. Teve menos quando havia menos partidos. Todos, presidente e vices, foram indicados por partidos ou políticos em voo solo que não sabem viver longe dos cofres públicos. Ou melhor: de cofres em geral.
Foi o Ministério Público Federal que pediu o afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa investigados por falcatruas. Temer não ligou. Só ligou quando o Banco Central o advertiu: ou afasta ou poderá ser responsabilizado pelo o que eles fizeram ou ainda façam.
Fogo e fúria desabaram sobre Temer às voltas com a aprovação de uma reforma improvável (a da Previdência). Os partidos que bancavam os quatro vices afastados já avisaram que não abrem mão das vagas e que em breve indicarão outros nomes.
Os partidos donos dos oito vice-presidentes restantes amaldiçoaram Temer por não ter resolvido o problema antes. Deixou que ele se arrastasse até dar ensejo a uma crise. O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), amigo de Temer, cobra a demissão sumária dos oito.
A face pública da zorra instalada na Praça dos três Poderes, em Brasília, até poderá ser sepultada se amanhã, como previsto, o Conselho de Administração da Caixa subtrair a Temer a atribuição de nomear e de exonerar os dirigentes da instituição.
Mas a face oculta permanecerá oculta e viva. Temer não terá paz até que compense as perdas contabilizadas pelos partidos queixosos.
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