Diante da irresponsabilidade cometida, surgem bravatas sobre vacinação. Empurram o problema para o futuro, quando o que precisamos de imediato é de saneamento e menos corrupção. Não há espaço para marketing desonesto, um mal que afeta a saúde mundial, um dos mais lucrativos negócios globais.
Como exemplo, cito três publicações sobre o tema, só nesse fevereiro.
A American Society for Quality alerta sobre a preocupação dos EUA e da União Europeia com a questionável qualidade dos produtos fabricados na Índia, um mercado de 15 bilhões de dólares, que supre 33% dos medicamentos vendidos nos EUA e 25% no Reino Unido. Temendo pela higiene e pela falsificação de testes sobre a eficiência desses produtos, ouvem o de sempre: “Estamos trabalhando para melhorar, certificados por auditorias externas.”
Segundo o British Medical Journal, os 51 maiores centros de pesquisa dos EUA, divulgaram apenas 29℅ dos seus trabalhos experimentais com seres humanos passados dois anos de sua conclusão, apesar das obrigações morais e legais em divulgar esses resultados ao mundo científico. Não há desculpa para não se divulgarem esses dados, como ocorreu com o companhia farmacêutica multinacional Merck Sharp and Done, que apenas em 2004 retirou do mercado seu anti-inflamatório Vioxx, apesar dos graves efeitos colaterais dessa droga para o sistema cardiovascular serem conhecidos desde 2000.
A Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, detalhou uma tragédia que ocorreu na França. Numa pesquisa, um grupo de pacientes voluntários recebeu uma droga experimental (BIA 10-2474) para tratar a dor crônica de pacientes com câncer e a ansiedade e os distúrbios motores ocasionados pela doença de Parkinson; outro grupo recebeu uma substância inócua ‒ um placebo.
Esse estudo em pacientes, após a fase de teste em animais, precisava ser feito para atestar a segurança da droga e verificar seus efeitos colaterais antes de ela ser comercializada. Porém a estratégia de aplicar o tratamento num intervalo muito curto pode ter contribuído para que não tenham sido observados sintomas severos e hemorragia cerebral em seis voluntários, que acabaram sendo hospitalizados, e um deles morreu.
Agora, a farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, aproveitando-se do nosso caos sanitário, quer nos vender sua vacina contra dengue, que protege apenas 66% dos pacientes e jamais foi testada em grande escala. Segundo a agência Reuters trata-se de um mercado global de um bilhão de dólares ao ano. Quem vai ganhar: o laboratório ou os brasileiros?
A Fiocruz e o Instituto Butantã, com seus ciosos cientistas, trabalham compromissados com a verdade. Não precisamos importar tragédias.
Esse estudo em pacientes, após a fase de teste em animais, precisava ser feito para atestar a segurança da droga e verificar seus efeitos colaterais antes de ela ser comercializada. Porém a estratégia de aplicar o tratamento num intervalo muito curto pode ter contribuído para que não tenham sido observados sintomas severos e hemorragia cerebral em seis voluntários, que acabaram sendo hospitalizados, e um deles morreu.
Agora, a farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, aproveitando-se do nosso caos sanitário, quer nos vender sua vacina contra dengue, que protege apenas 66% dos pacientes e jamais foi testada em grande escala. Segundo a agência Reuters trata-se de um mercado global de um bilhão de dólares ao ano. Quem vai ganhar: o laboratório ou os brasileiros?
A Fiocruz e o Instituto Butantã, com seus ciosos cientistas, trabalham compromissados com a verdade. Não precisamos importar tragédias.
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