domingo, 24 de janeiro de 2016

Os ladrões de galinhas, os juízes e os empreiteiros

Há certos juízes, promotores públicos, que vêm se empenhando no sentido de processar e prender políticos corruptos, empresários inescrupulosos e outros poderosos, ao amparo da lei e na garantia de amplo direito de defesa que todos merecemos.

No entanto, tais homens públicos, ao que parece agindo no cumprimento do dever, são objeto de críticas desfavoráveis e até mesmo campanhas difamatórias. Ora, mas não é isso o que o povo, o cidadão comum e trabalhador, deseja? Que sejam punidos os poderosos quando a culpabilidade deles seja inquestionável?

Prender um ladrão de galinhas é relativamente fácil. Processar e mandar prender um político é um pouco mais complicado. É preciso vencer a blindagem de que ele dispõe, constituída pelo foro privilegiado, pelo tráfico de influência, etc.

É preciso ter coragem, por exemplo, para processar um ex-presidente da República que, apesar de ter sido afastado da Presidência por impeachment, tornou-se pouco depois senador. E teve recentemente seus luxuosíssimos carros importados – dignos de um marajá – devolvidos após serem apreendidos.

Quantas galinhas roubadas seriam necessárias para fazer com que o governo recorresse à CPMF para a restauração da combalida saúde financeira do país? Só se tivéssemos uma empresa no ramo galináceo do porte de uma Petrobrás. Ao passo que os prejuízos causados pelos desmandos financeiros à nossa maior empresa certamente provocaram um impacto desastroso na economia brasileira. Cuja recuperação impõe a criação de um imposto a ser sustentado pelo trabalhador. Que não se beneficiou de qualquer recurso indevido.

Não é que esses homens, também eles gozando de imunidades e foro privilegiado, devam ser endeusados. Mas se cumprem o seu dever com a desejável isenção que todos imaginamos, deviam, no mínimo, ser respeitados.

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