sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Bolsonaro não ficou nem saiu do PSL, e virou um OVNI político, perdido no espaço

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu chegar à Presidência da República mediante uma série de circunstâncias, diria o grande filósofo e analista político espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955). Depois de chegar ao poder, porém, as circunstâncias mudaram muito e o presidente brasileiro enfrenta dificuldades cada vez maiores. Na política interna ou externa, seu amadorismo é cada vez mais surpreendente, porque formou uma péssima equipe e está pagando esse preço, porque não tem assessores qualificados que possam sugerir os caminhos mais seguros para trafegar. O resultado é patético.

Como toma as importantes decisões sem antes discuti-las, os resultados são patéticos e surpreendentes, A cada dia sai uma novidade (no mau sentido), como uma deselegância, um erro de avaliação, uma ofensa ou mesmo um desatino.


Não adianta esperar que o presidente da República aprimore seu comportamento, porque ele é assim mesmo, todos sabem que não irá mudar. Na verdade, Jair Bolsonaro não se comporta como presidente da República. Posiciona-se preferencialmente como chefe da família Bolsonaro.

Um bom exemplo é essa briga com o presidente do PSL, Luciano Bivar, que nunca foi, não é e jamais será referência. Bolsonaro tentou destruí-lo com uma declaração explosiva: “Cara, não divulga isso não. O cara tá queimado pra caramba lá. Vai queimar o meu filme. Esquece o Bivar, esquece o partido”, disse, sem entrar em detalhes.

E o motivo? Ora, tudo isso é porque Bivar não impediu que o líder do PSL no Senado, Major Olimpio, criticasse publicamente Flávio Bolsonaro e sugerido que deixasse o partido. Ou seja, Bolsonaro agiu como pai, ao invés de se comportar como presidente da República.

O resultado foi o contrário do que Bolsonaro esperava, porque caiu no centro da roda e começou a levar pancada de todo lado. Bivar acusa pessoas ligadas a Bolsonaro de querem controlar as finanças do PSL, o que significa uma maluquice total, enquanto Olímpio aumenta as críticas aos filhos de Bolsonaro, dizendo que eles são filiados como qualquer outro, o que é pura verdade.

Todos sabem que seu partido, o PSL, não é nenhum primor democrático, mas foi a legenda que o levou ao poder e se tornou a maior do país. Agora Bolsonaro está na berlinda, não saiu, mas também não é mais do partido, igual à Viúva Porcina, aquela que foi, sem nunca ter sido, na definição genial de Dias Gomes.

Ele pode trocar de partido mais uma vez, porém os deputados e senadores que elegeu não podem acompanhá-lo com facilidade, há regras na Lei Eleitoral a serem obedecidos. A chamada janela só se abre em 2022. Até continuará reinando a esculhambação.

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