Decidi estudar o tema. Constatei que a cada 30 segundos morre uma criança vítima de malária lá na África - o problema é que em um continente tão rico não se consegue comprar nem inseticidas para protegê-las. Aliás, apenas 2% delas conseguem um simples mosquiteiro.
A informação seguinte veio da Organização Mundial da Saúde: anunciou-se que 40% de todos os tratamentos de saúde no mundo são proporcionados por organizações religiosas. Diante de um número tão sério, seria o caso de se perguntar: cadê o Estado?
Apurei que os hospitais norte-americanos arrancam de seus pacientes nada menos que US$ 10 bilhões a cada ano em valores indevidos. Em tempo: a expressão arrancam deve-se a que 90% das contas lá pagas são claramente fraudulentas.
Ainda sobre aquele país, assustei-me ao saber que 52 milhões de habitantes não tem qualquer assistência médica - daí 41% da população estarem pagando prestações de tratamentos médicos ou às voltas com os tribunais por não terem tido condições de pagá-los. A propósito, 25% dos norte-americanos jogam suas receitas no lixo por não terem condições de adquirir os medicamentos prescritos.
Este quadro insustentável, segundo aprendi, é sustentado por conta de existirem em Washington quatro lobistas da área da saúde para cada membro do Congresso. Aos resultados: uma criança nascida em El Salvador enfrenta taxas de mortalidade de 9,7%, enquanto que em Detroit de 15,5% - algo tão surpreendente quanto repulsivo, consideradas as diferenças entre os dois países.
Anoto, finalmente, que a cada ano 2,3 milhões de semelhantes nossos morrem vítimas de apenas oito doenças por não terem acesso a simples vacinas.
E é assim, diante destes números, que chego a uma conclusão: o problema da saúde está no coração - mais precisamente na falta dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário